A leitura da dissertação de Renato Della Vechia me fez entender um processo relacionado à saída da legalidade de meu pai. Ler seu texto me ajudou a entender melhor as circunstâncias da ida de meu pai para a clandestinidade e para o Chile.
Em meados de 1970 organizações decidiram conjuntamente realizar quatro sequestros - dois deles no Nordeste, pelo PCBR. Dois cônsules norte-americanos - em Salvador e em Recife. Enquanto isso, no Rio, seriam sequestrados os embaixadores dos EUA e da Suíça.
Posteriormente, em Recife foi decidido que seria feito o sequestro do consul japonês em lugar do americano.
O grupo do PCBR em Recife que faria a ação caiu. Alugaram um aparelho que era vizinho de dois militares e, além disso, os vizinhos desconfiaram da movimentação da casa, achando tratar-se de ponto de prostituição. A polícia monitorou o local, até que agiu para chegar ao grupo de militantes.
Na casa apreenderam documentos do PCBR, inclusive a lista de presos políticos a serem libertados em troca do consul, escrita a mão por Bruno Maranhão. Além disso, alguns documentos poderiam identificar outros militantes.
Reconheço nessa história elementos do relato que me foi feito por meu primo Aldemir Lemos. Segundo Aldemir, a queda do aparelho em Recife revelou lista de outros aparelhos pelo Nordeste - inclusive um que teria meu pai como fiador. As histórias combinam.
Uma outra pessoa me disse, em confidência, que meu pai teria participado de uma outra ação ousada do PCBR que foi a fuga do Presídio Lemos de Brito, em Salvador (BA), do militante Theodomiro dos Santos. Theodomiro, que havia matado um sargento da aeronáutica em um confronto no Dique do Tororó, foi condenado à morte. A pena, depois, foi comutada à prisão perpétua. Ele estava ameaçado de morte em 79 quando seu pedido de livramento condicional foi negado.
Theo fugiu e se refugiou, disfarçado de padre, no Nunciato Apostólico em Brasília. De lá, exilado, partiu para o México.
Retornou em 1986. Um baita esquema de logística militar foi armado para o seu retorno. No vôo veio acompanhado por um ator da Globo.
Em meados de 1970 organizações decidiram conjuntamente realizar quatro sequestros - dois deles no Nordeste, pelo PCBR. Dois cônsules norte-americanos - em Salvador e em Recife. Enquanto isso, no Rio, seriam sequestrados os embaixadores dos EUA e da Suíça.
Posteriormente, em Recife foi decidido que seria feito o sequestro do consul japonês em lugar do americano.
O grupo do PCBR em Recife que faria a ação caiu. Alugaram um aparelho que era vizinho de dois militares e, além disso, os vizinhos desconfiaram da movimentação da casa, achando tratar-se de ponto de prostituição. A polícia monitorou o local, até que agiu para chegar ao grupo de militantes.
Na casa apreenderam documentos do PCBR, inclusive a lista de presos políticos a serem libertados em troca do consul, escrita a mão por Bruno Maranhão. Além disso, alguns documentos poderiam identificar outros militantes.
Reconheço nessa história elementos do relato que me foi feito por meu primo Aldemir Lemos. Segundo Aldemir, a queda do aparelho em Recife revelou lista de outros aparelhos pelo Nordeste - inclusive um que teria meu pai como fiador. As histórias combinam.
Uma outra pessoa me disse, em confidência, que meu pai teria participado de uma outra ação ousada do PCBR que foi a fuga do Presídio Lemos de Brito, em Salvador (BA), do militante Theodomiro dos Santos. Theodomiro, que havia matado um sargento da aeronáutica em um confronto no Dique do Tororó, foi condenado à morte. A pena, depois, foi comutada à prisão perpétua. Ele estava ameaçado de morte em 79 quando seu pedido de livramento condicional foi negado.
Theo fugiu e se refugiou, disfarçado de padre, no Nunciato Apostólico em Brasília. De lá, exilado, partiu para o México.
Retornou em 1986. Um baita esquema de logística militar foi armado para o seu retorno. No vôo veio acompanhado por um ator da Globo.
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