@MiguelNicolelis: Equipamentos transferidos para UFRN somam R$ 232 mil


Do Portal No Minuto:


Diretor do IINN afirmou que transferência ocorreu em acordo com UFRN e negou que material totalizava R$ 6 milhões, como informou a Folha.




O neurocientista Miguel Nicolelis afirmou que os equipamentos entregues à UFRN, na última segunda-feira (25), em comum acordo com a reitora Ângela Paiva, totalizam pouco mais de R$ 232 mil, valor bem inferior aos R$ 6 milhões informados pelo jornal Folha de São Paulo.

“Não houve R$ 6 milhões em equipamentos transferidos [à UFRN]. Foram transferidos R$ 232 mil em equipamentos que não estavam sendo utilizados, em comum acordo com a Reitoria, que é nossa interlocutora há oito anos. Não há nenhuma cisão nessa interlocução”, enfatizou.

Durante a entrevista coletiva, concedida num dos auditórios da Escola Alfredo J. Monteverde, no bairro de Cidade da Esperança, Nicolelis reiterou que a parceria institucional entre a UFRN e a Aasdap (Associação Alberto Santos-Dumont), mantenedora do IINN, se mantém “inalterada”.

“Temos pesquisadores de outros departamentos [da universidade] que estão absolutamente satisfeitos [com a parceria]. Estamos conversando com vários pesquisadores, porque agora temos condições de abrigá-los. Nosso convênio está terminando em setembro. Nós estamos de portas abertas para colaborar com quem quiser fazer ciência de alto nível”, pontuou.

Ladeando o neurocientista durante a coletiva estavam a diretora dos Centros de Educação Científica mantidos pela Aasdap, Dora Montenegro, o diretor científico do Instituto de Neurociências, Rômulo Fuentes e o diretor do Centro de Saúde do IINN em Macaíba, Reginaldo de Freitas Junior, que também é professor em tempo parcial da UFRN.

Nicolelis, com seu inseparável boné do Palmeiras, voltou ao assunto dos equipamentos transferidos para a UFRN. Ele explicou que o material (centrífugas, estufas, monitores e câmeras, entre outros) foi comprado através de convênio com a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e estava à disposição de novas linhas de pesquisa, diferentes daquelas que estavam sendo desenvolvidas no IINN.

“Por isso que o acordo com a reitora [Ângela Paiva] foi instantâneo. No momento em que ela disse que havia o novo Instituto do Cérebro e que os professores precisam desses equipamentos para linhas de pesquisa, eu falei que não tínhamos mais necessidade [deles]”, completou.

Os R$ 6 milhões, segundo detalhou, são da “dotação global de equipamentos” para as 12 vagas criadas em 2008 para atrair neurocientistas para a UFRN. “Esse dinheiro vai direto para a UFRN. O dinheiro é deles [dos pesquisadores]. Eles têm total liberdade [para usa-lo]”.

Uso dos equipamentos
Nicolelis disse, enfaticamente, que “nunca houve restrição alguma ao uso de equipamentos do IINN”, como reclamou o professor Sidarta Ribeiro, dissidente do instituto, à reportagem da Folha de São Paulo.

“O que houve é que toda entidade privada tem normas de segurança e gerenciamento administrativo. Apresentaram-nos uma lista de 95 pessoas que gostariam de ter acesso irrestrito a todos os nossos prédios de pesquisa. Essa lista foi totalmente aprovada e essas pessoas tiveram acesso completo. A única coisa que nós pedíamos é que pessoas que não estivessem registradas nessa lista fossem registradas e que visitas fossem cadastradas e agendadas, porque nós somos uma empresa privada”.

Nicolelis alegou que o controle era necessário porque o trabalho do IINN envolve “segredos profissionais e propriedade intelectual”, cujas normas precisam ser seguidas.

“A Aasdap cumpriu todas as suas obrigações de oferecer a todos os seus pesquisadores e aos pesquisadores da UFRN que quiseram trabalhar conosco as melhores condições disponíveis no país pra se fazer pesquisa. O país tem entraves burocráticos que todos nós conhecemos. Tentamos superar da melhor maneira possível”, acrescentou.

O diretor do IINN não quis comentar as novas declarações do professor Sidarta Ribeiro, que, contrariando a reitora Ângela Paiva, disse haver, sim, problemas “institucionais” entre o instituto e a UFRN.

“Meu interlocutor é a reitora da UFRN. Tanto ela como o professor Ivonildo [Rêgo], ex-reitor, sempre foram meus interlocutores institucionais. Eu só posso responder pelas palavras minhas e só posso falar sobre o que ouvi da boca da reitora e [sobre o que contem] os documentos oficiais que a reitora assinou. Nesses documentos oficiais e na minha posição como presidente da Aasdap, não há nenhum problema institucional”, sublinhou.

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