#ForaMicarla: 70 por 10

Qual o tamanho de um escândalo?
Estava pensando sobre isto a partir da divulgação, ainda que parcial, de um novo problema decorrente do armazenamento de medicamentos nos depósitos da prefeitura de Natal.
Em 2009, quando Micarla completava seus cem dias de governo, a cidade foi brindada pelo caso do descarte de 10 toneladas de medicamentos pela SMS entre o fim de 2008 e o início de 2009. O escândalo baseou-se em problemas já informados à gestão borboleta desde o governo de transição. Valeu uma CEI, a tentativa de esvaziar o futuro de Carlos Eduardo e, nos últimos dias, o indiciamento de servidores e auxiliares do ex-prefeito. O ex-prefeito não foi citado, mas o líder da prefeita na Câmara, Enildo Alves, defendeu sua prisão.
E não é que pelos mesmos dias surge a notícia sobre a investigação do MPE acerca de um descarte de 70 toneladas de medicamentos pela atual gestão. Sete vezes mais gera um escândalo sete vezes maior? Não necessariamente.
O mais impressionante é que se esse volume de descarte representasse os três anos de gestão de Micarla ainda seria um volume bem maior de remédios jogados no lixo do que no escândalo anterior: mais de 11 toneladas por ano. Mas não é o caso.
Resta saber se a gestão, que não conseguia sequer pagar o aluguel dos depósitos da UFRN que acondicionavam os medicamentos da SMS, vai admitir que os argumentos de Aparecida França, Edmilson Albuquerque e servidores denunciados estavam corretos. Ou seja, tal descarte de remédios está no limite do aceitável.
A gestão de Micarla está, mais uma vez, em maus lençóis.

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