Líbia: Família de Gaddafi foge para Argélia e filho mais novo é morto em combate



Do UOL

A mulher de Muammar Gaddafi e três filhos do ditador líbio entraram nesta segunda-feira na Argélia, anunciou o Ministério das Relações Exteriores argelino.
"A esposa de Muammar Gaddafi, Safia, sua filha Aisha, seus filhos Hanibal e Mohamed, acompanhados dos filhos destes, entraram na Argélia às 8h45 (4h45 de Brasília) pela fronteira com a Líbia", indicou o ministério em um comunicado divulgado pela agência de notícias APS, sem apresentar maiores detalhes sobre o ditador.
No final de semana, havia boatos de que Gaddafi poderia fugir para a Argélia. Uma agência estatal de notícias egípcia disse que um comboio com seis carros blindados, possivelmente levando Gaddafi, havia saído da Líbia e ingressado na Argélia, que não reconhece o governo dos rebeldes.
O Ministério de Relações Exteriores argelino desmentiu "categoricamente" a notícia, que disse não ter fundamentos.
Os rebeldes afirmam que não possuem informações concretas de onde Gaddafi está escondido. As vezes em que acreditaram ter cercado o ditador acabaram como alarmes falsos.
O paradeiro de Gaddafi e seus filhos ainda não está claro, mas é possível que sua fracassada tentativa de negociação seja um sinal de sua precária situação. Especula-se que o ditador possa estar em algum dos últimos redutos organizados de resistência, a cerca de 40 quilômetros ao sul da capital.
Outras possibilidades menos possíveis seriam algum refúgio nas canalizações subterrâneas do rio artificial que abastece a capital; em Sirte, ou ainda uma fuga à Argélia.

Comunicação
Segundo o comunicado emitido pela Chancelaria da Argélia, os rebeldes foram avisados da fuga. Ainda no final de semana, havia boatos de que Gaddafi poderia fugir para a Argélia. Uma agência estatal de notícias egípcia disse que um comboio com seis carros blindados, possivelmente levando Gaddafi, havia saído da Líbia e ingressado no país.
O Ministério de Relações Exteriores argelino desmentiu "categoricamente" a notícia, que disse não ter fundamentos.

Recompensa
Os rebeldes, que recebem ajuda da Otan também para encontrá-lo, ofereceram anistia e recompensa de US$ 1,3 milhão para quem o capturar, vivo ou morto.
O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes líbios, afirmou nesta segunda-feira que Gaddafi continua representando um perigo à Líbia e ao mundo, apesar de não ser visto há mais de uma semana.
Com esta justificativa, o líder rebelde Mustafa Abdel Jalil pediu à Otan que mantenha sua ajuda contra as forças leais ao ditador até o fim dos conflitos.
Nesta segunda-feira, o avanço rebelde à cidade de Sirte, terra natal do ditador e um dos últimos redutos do regime, continua. Segundo os rebeldes, combatentes insurgentes estão a 30 km a oeste de Sirte e cerca de 100 km ao leste, enquanto continuam os esforços mediadores para a rendição pactuada da cidade.
Segundo a rede catarina Al Jazeera, as forças opositoras a Gaddafi esperavam a chegada de reforços da capital Trípoli para enfrentar os leais ao regime, mas não havia sinal de que eles chegariam tão cedo.
Brigadas fiéis a Gaddafi resistem ao avanço dos rebeldes na cidade de Sebha, 780 km ao sul de Trípoli, depois do fracasso de uma mediação para a rendição da cidade, informou a imprensa árabe e insurgente.
O site dos "Rebeldes do dia 17 de Fevereiro de Sebha" afirma que as forças fiéis a Gaddafi rejeitaram a mediação para deixar as armas. "Sua resposta foi que ou compartilhamos a nova Líbia ou não entregaremos as armas", disse o grupo em sua página de Facebook.

Argélia deveria extraditar família de Gaddafi, dizem rebeldes líbios

O Conselho Nacional de Transição (CNT), o órgão político dos rebeldes líbios, afirmou há pouco que a Argélia deveria extraditar os familiares de Muammar Gaddafi e que considera o aceite do governo argelino em acolher os parentes do ditador "um ato de agressão".

"Nós prometemos conceder um julgamento justo a todos aqueles criminosos e portanto consideramos isto um ato de agressão", disse o porta-voz dos rebeldes Mahmoud Shamman à agência de notícias Reuters.
"Consideramos que a Argélia fez isto como um ato de agressão contra os anseios do povo líbio. Nós tomaremos todas as medidas necessárias contra isto e pediremos pela extradição deles", acrescentou.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores argelino afirmou que a mulher de Muammar Gaddafi e três filhos do ditador líbio entraram no país nesta segunda-feira.
"A esposa de Muammar Gaddafi, Safia, sua filha Aisha, seus filhos Hanibal e Mohamed, acompanhados dos filhos destes, entraram na Argélia às 8h45 (4h45 de Brasília) pela fronteira com a Líbia", indicou o ministério em um comunicado divulgado pela agência de notícias APS, sem apresentar maiores detalhes sobre o ditador.
O CNT recebeu mal a notícia e aproveitou a oportunidade para lançar um alerta a outros países. "Estamos advertindo a todos que não abriguem Gaddafi e seus filhos. Nós vamos caçá-los em qualquer lugar, achá-los e prendê-los", acrescentou o porta-voz Mahmoud Shamman. A Argélia é o único país vizinho da Líbia que ainda não reconheceu o CNT como o governo provisório líbio.

Filho de Gaddafi foi morto no sul da Líbia, diz TV

A rede do Catar, Al Jazeera, informou na tarde desta segunda-feria que mais um filho do ditador líbio Muammar Gaddafi foi morto nos combates entre rebeldes e forças de segurança na Líbia.
Segundo a TV, com base em informações da agência Reuters, Khamis, filho mais novo de Gaddafi, teria sido morto em confrontos no sul da Líbia.
Segundo depoimento do coronel Al-Mahdi Al-Haragi, um dos líderes dos rebeldes em Trípoli, Khamis foi morto em Bani Walid, cidade ao sul da capital, Trípoli, depois de ser ferido em um combate. Ele chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Só no início deste mês, Hamis foi declarado morto pelos rebeldes em duas ocasiões.
A agência de notícias ANSA chegou a noticiar nesta segunda-feira, citando "fontes diplomáticas do governo líbio", que Khamis e o irmão Seif al Islam, acompanhados do pai, Muammar Gaddafi estariam em Bani Walid.
Em abril, ataques das forças de coalizão e da Otan já havia matado um dos filhos do ditador, Saif al-Arab Gadhafi.
Nesta segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores da Argélia, Mourad Medelci, confirmou que a mulher e três filhos de Gaddafi estão abrigados no país. As informações foram divulgadas pela rede americana CNN.
Segundo Medelci, estão no país a primeira esposa de Gaddafi, Safia, e os filhos do ditador Anibal, Mohammed e Aisha, todos acompanhados de suas famílias.
De acordo com um comunicado recolhido pela agência oficial de notícias argelina "APS", os familiares do deposto líder líbio entraram nesta segunda-feira no país, às 8h45 dp horário local (4h45 do horário de Brasília) pela fronteira terrestre entre Líbia e Argélia.

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