Esta semana um dos maiores debates na mídia e nas redes sociais estava relacionado à prisão dos suspeitos da Operação Voucher. Foram algemados e fotografados. A Polícia Federal foi criticada por essa exposição.
De um lado, é bom lembrar que quando pobres e negros suspeitos são presos e expostos pela mídia, transformando-se de inocentes até prova em contrário em culpados condenados e julgados no tribunal da tevê, normalmente não nenhuma voz erguida contra. Ou seja, o problema é que se a PF prende e expõe um rico, é criticada - diferente de quando são pobres presos, ou mesmo mortos e transformados em culpados de crimes que nunca cometeram pela polícia e contra quem ninguém fala.
Tema complexo.
Afora isso, me chamou a atenção uma desconfiança exposta esta noite pela jornalista Cynara Menezes no twitter: um dos presos, o secretário Mário Augusto Lopes Moysés, foi funcionário da Folha de São Paulo por pelo menos quatro anos. Inicialmente, Cynara questionava se a Folha havia referido isso nas matérias sobre o assunto. A Folha citou ao menos aqui.
Mas há outras questões relativas ao assunto. A Folha poderia explicar a seu público de maneira mais efetiva que relações já teve com Moysés, até porque já o condenou - como de resto toda a mídia. Poderia responder à pergunta que formulou Cynara pelo twitter: ou seja, mario moyses, o ex-secretário-executivo do turismo preso pela PF, trabalhou quatro anos na folha. era honesto então?
Lino Bocchini, da Falha, comentou que Mario Moyses ele era alto executivo da Folha, não lembro o nome do cargo, mas gerenciava muita grana do grupo... Ele foi secretário-executivo da Folha.
A Folha não se preocupou em dar explicações sobre sua relação com o secretário Moysés, preso. Um executivo que gerenciava muita grana do grupo. Mereceria uma explicação detalhada - quiçá uma investigação sobre as ramificações das ações denunciadas pelo Ministério Público e o fato de um indiciado ter sido alto-executivo do próprio jornal. O jornal não teme que Moysés tenha feito o mal de que o acusam agora enquanto trabalhava lá? O jornal não vai explicar se foi ou não a Folha vítima do Moysés? Ou ele era honesto então e desonesto agora? E o princípio da presunção de inocência já foi removido dos códigos profissionais dos jornalistas?
Um suspeito já foi denunciado, investigado, indiciado, julgado e condenado no momento em que aparece fotografado ou filmado nas páginas da imprensa do país. Em uma noite, nossa reputação se vai. Tudo acontece muito rápido. Mas nada impediria a Folha de suspeitar dos investigados. Por isso, torna-se mais estranha a questão se você se lembrar que o suspeito manejava muito dinheiro dos Frias. E informações.
Será que tudo isso pode ter a ver com o dinheiro ou com informações, resumir-se a isso? Os interesses político-comerciais de jornais, revistas, tevê estarão sob ameaça? Ou tudo é uma estratégia para impedir que Moysés fale tudo que ele sabe. Será que os crimes de que é acusado poderiam envolver a imagem ou nome da Folha?
De um lado, é bom lembrar que quando pobres e negros suspeitos são presos e expostos pela mídia, transformando-se de inocentes até prova em contrário em culpados condenados e julgados no tribunal da tevê, normalmente não nenhuma voz erguida contra. Ou seja, o problema é que se a PF prende e expõe um rico, é criticada - diferente de quando são pobres presos, ou mesmo mortos e transformados em culpados de crimes que nunca cometeram pela polícia e contra quem ninguém fala.
Tema complexo.
Afora isso, me chamou a atenção uma desconfiança exposta esta noite pela jornalista Cynara Menezes no twitter: um dos presos, o secretário Mário Augusto Lopes Moysés, foi funcionário da Folha de São Paulo por pelo menos quatro anos. Inicialmente, Cynara questionava se a Folha havia referido isso nas matérias sobre o assunto. A Folha citou ao menos aqui.
Mas há outras questões relativas ao assunto. A Folha poderia explicar a seu público de maneira mais efetiva que relações já teve com Moysés, até porque já o condenou - como de resto toda a mídia. Poderia responder à pergunta que formulou Cynara pelo twitter: ou seja, mario moyses, o ex-secretário-executivo do turismo preso pela PF, trabalhou quatro anos na folha. era honesto então?
Lino Bocchini, da Falha, comentou que Mario Moyses ele era alto executivo da Folha, não lembro o nome do cargo, mas gerenciava muita grana do grupo... Ele foi secretário-executivo da Folha.
A Folha não se preocupou em dar explicações sobre sua relação com o secretário Moysés, preso. Um executivo que gerenciava muita grana do grupo. Mereceria uma explicação detalhada - quiçá uma investigação sobre as ramificações das ações denunciadas pelo Ministério Público e o fato de um indiciado ter sido alto-executivo do próprio jornal. O jornal não teme que Moysés tenha feito o mal de que o acusam agora enquanto trabalhava lá? O jornal não vai explicar se foi ou não a Folha vítima do Moysés? Ou ele era honesto então e desonesto agora? E o princípio da presunção de inocência já foi removido dos códigos profissionais dos jornalistas?
Um suspeito já foi denunciado, investigado, indiciado, julgado e condenado no momento em que aparece fotografado ou filmado nas páginas da imprensa do país. Em uma noite, nossa reputação se vai. Tudo acontece muito rápido. Mas nada impediria a Folha de suspeitar dos investigados. Por isso, torna-se mais estranha a questão se você se lembrar que o suspeito manejava muito dinheiro dos Frias. E informações.
Será que tudo isso pode ter a ver com o dinheiro ou com informações, resumir-se a isso? Os interesses político-comerciais de jornais, revistas, tevê estarão sob ameaça? Ou tudo é uma estratégia para impedir que Moysés fale tudo que ele sabe. Será que os crimes de que é acusado poderiam envolver a imagem ou nome da Folha?
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