Por Sergio Vilar
No Diário de Natal
Afora os conchavos políticos, a definição para o nome de batismo do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante segue baseado em justificativas históricas. O ex-governador Juvenal Lamartine parece congregar diferentes correntes, para além da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL). Felipe e Clara Camarão, além de Fernando Gomes Pedroza e do ex-prefeito Djalma Maranhão também são lembrados em rodas de conversa e redes sociais, este último mais como aposta do batismo da Arena das Dunas; assim como há quem defenda o nome de Augusto Severo, que batiza o atual aeroporto em Parnamirim. Hoje, os imortais da ANL se reúnem para discutirem os dois nomes por eles enaltecidos para o novo aeroporto: Clara e Felipe Camarão.A discussão foi iniciada após matéria publicada domingo em O Poti/Diário de Natal com as primeiras sugestões da ANL, Conselho Estadual e Cultura e Instituto Histórico e Geográfico, em torno dos nomes citados. Djalma Maranhão foi o único fora da lista surgidofora dos muros da Academia. "Seria indicação meramente política desse povo da esquerda. Não tem a menor justificativa. Se fosse para o Estádio, tudo bem", vociferou o piloto e empresário Pery Lamartine.
Pery preferiu, de início, resguardar a opinião. "Vou nem defender o nome de Juvenal Lamartine. Vão dizer que é porque sou neto, mas seria o nome correto. Juvenal construiu campos de pouso, fundou o Aeroclube, apoiou a chegada das empresas aéreas para o Rio Grande do Norte. Gostava tanto de avião que, mesmo cego, ia voando para sua fazenda, ali perto de Riachuelo". E completa Pery Lamartine: "Djalma Maranhão nem de avião gostava".
Editor e profundo conhecedor da cultura potiguar, Abimael Silva ratifica o nome de Juvenal Lamartine: "Seria o mais justo. Quantos pilotos não foram formados porque Juvenal fez todo um trabalho nesse sentido?". Para Abimael, o segundo nome seria o de Felipe Camarão. "Afinal, ele nasceu ali pertinho de São Gonçalo e ainda é um herói potiguar ainda desconhecido", justifica.
O jornalista Daniel Dantas, engajado nos movimentos de esquerda, discorda do nome de Clara Camarão em virtude da homenagem feita a ela com o nome da refinaria de Guamaré. Também discorda do batismo para Juvenal Lamartine: "Seria como voltar a chamar o Machadão pelo nome do general dos anos ditatoriais, Humberto de Alencar Castelo Branco, depois trocado por um esportista perseguido político, João Machado".
Na contramão dessa opinião, a professora e ex-secretária de Educação de Natal Eleika Bezerra apoia a ideia levantada pelo Conselho Estadual de Cultura e Academia de Letras. "Vamos lembrar que quem criou o nosso Aero Clube foi Juvenal Lamartine. Um dos primeiros de todo o Brasil", opina.
Nomes já homenageadosTodos os nomes sugeridos já foram homenageados: Juvenal Lamartine é nome de Estádio e avenida. Djalma Maranhão, de museu e ginásio. Felipe Camarão é nome de bairro, rua, livraria, brigada militar e da sede da prefeitura. Clara Camarão, da refinaria de Guamaré. Cascudo, também lembrado, é nome de rua, memorial, museue biblioteca. Mas o sertanista, escritor e etnólogo Oswaldo Lamartine, o caçula de Juvenal, morreu há quatro anos como um dos maiores intelectuais da história potiguar e até hoje nunca foi lembrado para nenhuma homenagem. Outros nomes citados nas redes sociais foram os de Luiz Maranhão e Hiram Pereira, comunistas mortos durante a Ditadura Militar, mas são nomes que ainda não foram defendidos por estudiosos em termos de ligação com uma das obras que serão erguidas.
No Diário de Natal
Afora os conchavos políticos, a definição para o nome de batismo do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante segue baseado em justificativas históricas. O ex-governador Juvenal Lamartine parece congregar diferentes correntes, para além da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL). Felipe e Clara Camarão, além de Fernando Gomes Pedroza e do ex-prefeito Djalma Maranhão também são lembrados em rodas de conversa e redes sociais, este último mais como aposta do batismo da Arena das Dunas; assim como há quem defenda o nome de Augusto Severo, que batiza o atual aeroporto em Parnamirim. Hoje, os imortais da ANL se reúnem para discutirem os dois nomes por eles enaltecidos para o novo aeroporto: Clara e Felipe Camarão.A discussão foi iniciada após matéria publicada domingo em O Poti/Diário de Natal com as primeiras sugestões da ANL, Conselho Estadual e Cultura e Instituto Histórico e Geográfico, em torno dos nomes citados. Djalma Maranhão foi o único fora da lista surgidofora dos muros da Academia. "Seria indicação meramente política desse povo da esquerda. Não tem a menor justificativa. Se fosse para o Estádio, tudo bem", vociferou o piloto e empresário Pery Lamartine.
Pery preferiu, de início, resguardar a opinião. "Vou nem defender o nome de Juvenal Lamartine. Vão dizer que é porque sou neto, mas seria o nome correto. Juvenal construiu campos de pouso, fundou o Aeroclube, apoiou a chegada das empresas aéreas para o Rio Grande do Norte. Gostava tanto de avião que, mesmo cego, ia voando para sua fazenda, ali perto de Riachuelo". E completa Pery Lamartine: "Djalma Maranhão nem de avião gostava".
Editor e profundo conhecedor da cultura potiguar, Abimael Silva ratifica o nome de Juvenal Lamartine: "Seria o mais justo. Quantos pilotos não foram formados porque Juvenal fez todo um trabalho nesse sentido?". Para Abimael, o segundo nome seria o de Felipe Camarão. "Afinal, ele nasceu ali pertinho de São Gonçalo e ainda é um herói potiguar ainda desconhecido", justifica.
O jornalista Daniel Dantas, engajado nos movimentos de esquerda, discorda do nome de Clara Camarão em virtude da homenagem feita a ela com o nome da refinaria de Guamaré. Também discorda do batismo para Juvenal Lamartine: "Seria como voltar a chamar o Machadão pelo nome do general dos anos ditatoriais, Humberto de Alencar Castelo Branco, depois trocado por um esportista perseguido político, João Machado".
Na contramão dessa opinião, a professora e ex-secretária de Educação de Natal Eleika Bezerra apoia a ideia levantada pelo Conselho Estadual de Cultura e Academia de Letras. "Vamos lembrar que quem criou o nosso Aero Clube foi Juvenal Lamartine. Um dos primeiros de todo o Brasil", opina.
Nomes já homenageadosTodos os nomes sugeridos já foram homenageados: Juvenal Lamartine é nome de Estádio e avenida. Djalma Maranhão, de museu e ginásio. Felipe Camarão é nome de bairro, rua, livraria, brigada militar e da sede da prefeitura. Clara Camarão, da refinaria de Guamaré. Cascudo, também lembrado, é nome de rua, memorial, museue biblioteca. Mas o sertanista, escritor e etnólogo Oswaldo Lamartine, o caçula de Juvenal, morreu há quatro anos como um dos maiores intelectuais da história potiguar e até hoje nunca foi lembrado para nenhuma homenagem. Outros nomes citados nas redes sociais foram os de Luiz Maranhão e Hiram Pereira, comunistas mortos durante a Ditadura Militar, mas são nomes que ainda não foram defendidos por estudiosos em termos de ligação com uma das obras que serão erguidas.
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