O pesadelo norte-americano continua! Troy Davis e Lawrence Russel Brewer nomes de hoje


Por Marcos Dionísio

Foram muitas as manifestações da sociedade civil planetária e de governos menos obtusos europeus,  tentando sensibilizar os Senhores da Guerra a, pelo menos, suspenderem a execução de Troy Davis.
 
Na guerra de declarações sempre presentes nestes momentos, coube a mãe do policial assassinado, Anneliese MacPhail, 77 anos, o grito a favor da execução de Davis. Já a irmã de Troy, Martina Davis, lembrou que a sua morte "não confortará a família do policial, pois Davis não era o assassino".
 Obama, o que podia, não pode mais ou não quer mais poder , segue o coro dos contentes de uma sociedade doente que  apesar  de ter diminuído o apoio a pena de morte ainda  o mantém em altos patamares como atesta pesquisa realizada pelo Instituto Gallup que  constatou que o apoio a  pena de morte diminuiu de 76%, em 1991, para 65%,no ano passado,  uma queda de 9%. Já os contrários  às execuções passaram de 18% para 31%. Em 20 anos, o recuos da morte , são tímidos.
 
A "civilização" norte-americana, ao invés de mirar-se no humanismo de Jonh Steinbeck, Hemingway, John dos Passos,Walt Whitman,  Martin Luther King, Bob Dylan e Joan Baez prefere o obscurantismo emanado da Ku Klux Klan, da dinastia Bush e demais senhores da morte.
 
É necessário manifestar-se contra a pena de morte nos EUA, porque são tantas e tamanhas as violações de Direitos Humanos cometidas pelo "grande irmão do norte" que vez por outra, as execuções acontecem sem a barulheira dos bons reclamadopor um dos citados acima.
 
Não nos esqueçamos que quando o humanismo levantou-se no ano transato, para pressionar o Governo do Irã a suspender  a execução  por apedrejamento de Sakineh Mohammadi-Ashtiani, uma mulher que  havia sido condenada à morte no Irã, em  2006 por "adultério e crimes", o governo Iraniano,  segundo os próprios EUA, violador de Direitos Humanos, suspendeu a execução.
 
Ocorre que no mesmo período da campanha a favor de SAKINEH, uma norte-americana  de 43 anos,  acusada de  ser cúmplice na morte do marido e do enteado, nos Estados Unidos, foi executada . Teresa Lewis , era seu nome e foi  a primeira mulher executada no estado da Virgínia desde 1912. O caso atraiu apelos da União Europeia e chegou a ser comparado com o dairaniana Sakineh Ashtiani,  claro que sem a mesma repercussão do caso.
 
Teresa Lewis, de 41 anos, teve o seu pleito  para suspensão da execução  perante  a Suprema Corte , rejeitado. Sua defesa , alegava que a mesma não tinha inteligência suficiente para arquitetar o crime e que foi manipulada pelos dois criminosos contratados  que teriam sido seus amantes. O coeficiente intelectual  de Teresa era de 72 - pouco acima  de 70, limite legal para uma pessoa poder ser executada na Virgínia por caracterizar  deficiência mental.

O Governador da Virgínia que também poderia ter suspendido a execução, também "não pôde", como OBama.
Note-se  que estamos falando de casos centrados em   meados do ano passado. Apenas nos prendendo um pouco ao caso de Teresa Lewis para demonstrar que também nossos corações e mentes precisam ficar bem atentos  para a lei dos "dois pesos e duas medidas" da diplomacia e do governo do Tio Sam, assimildos hipocritamente pelo mundo a fora e dentre nós , pelo silêncio.
Não foi só  Troy  que teve sua última noite a 21 de Setebro. Os carrascos exerceram o seu mister na cidade de Huntsville, no Texas, contra , Lawrence Russel Brewer, branco, 44 anos , militante de um grupo  racista, considerado culpado pela morte de um homem negro, em 1988.
 
Desta execução pouco ouvimos falar, seja nates ou depois, talvez pela banalização da pena de morte no Texas,posto que seu governador , Rick Perry, tem sido aplaudido quando vangloria-se para o delírio de seus eleitores que sob a sua gestão 234 pessoas receberam a da pena capital.
 
É um pouco como a reação da médio brasileiro turbinado pelos programas de TV policialescos, que veladamente apoiam  a atuação de grupos de extermínio no país.
 
A pena de morte existe em 34 dos 50 estados americanos. Desde 1976, quando foi restabelecida, 1269 pessoas  foram executadas, restando mais 3.250 pessoas  no corredor da morte.
 
A assustadora carreira de crimes cometida em nome do povo americano por seu exército, repercute no plano interno, pelo que envolve as aplicações da pena  de morte, tespécie de terrorismo, já que a evolução  da tecnologia forense vem demonstrando que  138 das 1296 das pessoas executadas, desde 1976, foram consideradas inocentes, após a solução final ser aplicada.
Pesadelos cívicos continuam a atormentar os EUA que não se habilitaram para efetivar-se enquanto civilização, para além do domínio bélico. Seus artistas, esportistas e pensadores são amordaçados pela real politica da casa branca que apenas muda de Xerife. Guantanamo e os Cinco Cubanos antiterroristas presos que o digam.

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