Dia desses fui ouvir o novo hit da Internet, esta versão de O pintinho piu, no Youtube. Um dos vídeos recomendados pelo Youtube após a exibição desta versão feita no município cearense de Russas é um pout-pourri de Patati Patatá.
Nunca tinha visto esse pout-pourri e não conhecia algumas dessas canções. Uma das canções que eu nunca tinha ouvido era a Jacaré foi à cidade:
Jacaré foi à cidade
Mas não tinha o que comprar
Nunca tinha visto esse pout-pourri e não conhecia algumas dessas canções. Uma das canções que eu nunca tinha ouvido era a Jacaré foi à cidade:
Mas não tinha o que comprar
Comprou uma cadeira velha
Pra comadre se sentar
A comadre se sentou
A cadeira esborrachou
Jacaré ficou chorando
O dinheiro que gastou
Ontem, no aniversário de Alice, ela ganhou um CD do grande Hélio Ziskind (Trem maluco e outras cantigas de roda). Ali, uma outra versão desta canção me chamou atenção e me fez pensar:
Macaco foi à feira
Não tinha o que comprar
Comprou uma cadeira
Pra comadre se sentar
A comadre se sentou
A cadeira esborrachou
Tadinha da comadre
Foi parar no corredor
Para além da mudança do animal protagonista (jacaré ou macaco, não importam muito), algumas mudanças de comportamento.
A compra do jacaré tem, desde o início, uma pitada de gosto duvidoso e pouca solidariedade. O jacaré compra uma cadeira velha mesmo sem ter o que comprar. Gastou pouco nessa compra, mas quando a cadeira quebrou, sem nenhuma solidariedade com a comadre - que poderia ter se machucado -, o jacaré chora o dinheiro jogado fora. O olhar do jacaré conduz a criança a pensar em quanto perdeu - foi a cadeira que comprou que se quebrou. E o bem-estar da comadre? Que se esborrache!
Na versão de Hélio Ziskind, a preocupação do macaco é outra - apenas possibilitar o descanso da comadre. Cadeira não era velha e, quebrada, a comadre foi parar no corredor. Tadinha da comadre! O olhar do macaco conduz o olhar da criança a se preocupar com quem se feriu. A queda foi feia.
Fiquei pensando no que nos dispomos a ensinar nossos filhos: dinheiro ou solidariedade? Compro uma cadeira para uma pessoa necessitada de descanso utilizar e me preocupo com seu acidente? Ou compro uma cadeira velha - para economizar ou, quem sabe, até fazer troça -, e choro o dinheiro jogado fora?
Eu me importo com o bem-estar do outro ou em quanto dinheiro eu ganhei ou perdi nessa história? O que temos ensinado a nossos filhos?
Isso me fez lembrar do episódio que relatei aqui, ocorrido com uma amiga no show do Cocoricó que, a propósito, tinha direção musical de Hélio Ziskind. O tema era tolerância. Mas qual o ensino que um pai dá a sua filha, ao desrespeitar uma mulher sozinha, com uma criança pequena e grávida? Não adiantariam os ensinos da turma do Júlio sobre tolerância se o exemplo vivo diante de seus olhos é de um homem que não respeita mulher alguma. E ele estava com sua filha no teatro vendo um espetáculo sobre tolerância!
Tenho a impressão que esse pai prefere ensinar a versão do Patati Patatá a sua filha.
Macaco foi à feira
Não tinha o que comprar
Comprou uma cadeira
Pra comadre se sentar
A comadre se sentou
A cadeira esborrachou
Tadinha da comadre
Foi parar no corredor
Para além da mudança do animal protagonista (jacaré ou macaco, não importam muito), algumas mudanças de comportamento.
A compra do jacaré tem, desde o início, uma pitada de gosto duvidoso e pouca solidariedade. O jacaré compra uma cadeira velha mesmo sem ter o que comprar. Gastou pouco nessa compra, mas quando a cadeira quebrou, sem nenhuma solidariedade com a comadre - que poderia ter se machucado -, o jacaré chora o dinheiro jogado fora. O olhar do jacaré conduz a criança a pensar em quanto perdeu - foi a cadeira que comprou que se quebrou. E o bem-estar da comadre? Que se esborrache!
Na versão de Hélio Ziskind, a preocupação do macaco é outra - apenas possibilitar o descanso da comadre. Cadeira não era velha e, quebrada, a comadre foi parar no corredor. Tadinha da comadre! O olhar do macaco conduz o olhar da criança a se preocupar com quem se feriu. A queda foi feia.
Fiquei pensando no que nos dispomos a ensinar nossos filhos: dinheiro ou solidariedade? Compro uma cadeira para uma pessoa necessitada de descanso utilizar e me preocupo com seu acidente? Ou compro uma cadeira velha - para economizar ou, quem sabe, até fazer troça -, e choro o dinheiro jogado fora?
Eu me importo com o bem-estar do outro ou em quanto dinheiro eu ganhei ou perdi nessa história? O que temos ensinado a nossos filhos?
Isso me fez lembrar do episódio que relatei aqui, ocorrido com uma amiga no show do Cocoricó que, a propósito, tinha direção musical de Hélio Ziskind. O tema era tolerância. Mas qual o ensino que um pai dá a sua filha, ao desrespeitar uma mulher sozinha, com uma criança pequena e grávida? Não adiantariam os ensinos da turma do Júlio sobre tolerância se o exemplo vivo diante de seus olhos é de um homem que não respeita mulher alguma. E ele estava com sua filha no teatro vendo um espetáculo sobre tolerância!
Tenho a impressão que esse pai prefere ensinar a versão do Patati Patatá a sua filha.
Comentários