#ForaMicarla: A multiplicação dos Fatores na terra de Poti

Por Bruno Giovanni
No Blog do BG

Acompanho a blogosfera local há muitos anos. Durante esse período fui separando o joio do trigo. Aqueles que me informavam – e que eu acreditava – e aqueles que claramente tinham conteúdos tendenciosos. Entre os que eu acreditava e confiava na informação estava o blog do ilustre professor da UFRN, Ricardo Rosado, publicitário bem sucedido, com uma história de sucesso no ramo da propaganda e professor queridíssimo pelos companheiros e alunos da UFRN.

Sempre dizia pra mim mesmo: “Esse cara é punk”. Professor, publicitário, jornalista, profundo conhecedor… É para poucos. Tudo o que ele colocava no Fator RRH eu acreditava. Juro!

Após colocar o Blog do BG no ar, passei a entender um pouco desse mundo jornalístico, mesmo sem entender muito do assunto e ser ruim de português. Aí, já por dentro das coisas, comecei a pensar: “Como pode um blog cobrar tanta probidade? Cobrar tanto moralismo dos servidores públicos e de quem exerce papeis no Legislativo e até no Judiciário se ele tem anúncios públicos?”. Mas, tudo bem, o que importava era a credibilidade do dito cujo.

Na minha função de blogueiro, fui acompanhar os depoimentos da CEI dos Contratos, da Câmara Municipal de Natal. Para minha surpresa, está lá o nome da pessoa que eu achava o máximo, dizendo que ele tinha um contrato pelo qual recebia R$ 5 mil mensais para manter um anúncio da Prefeitura do Natal no Fator RRH.


Documento que comprova que o blog FatorRRH recebeu R$ 5 mil em fevereiro de 2011 da PMN

Realmente, foi uma surpresa desagradável. Como posso fazer uma crítica à gestão da prefeita se recebo verbas publicitária da Prefeitura? De repente passei a entender tantas críticas iradas à CEI dos Contratos.

Como sou um homem de boa fé, achei que isso era normal. De repente uma pessoa pode ter um blog e mesmo recebendo recursos públicos pode ter uma opinião independente.

Não quero com isso dizer que quem recebe verba publicitária de órgãos públicos não tenha ética. Nada disso. Não estou fazendo mau juízo do rapaz. Nem de ninguém. Estou apenas infomando.

Resolvi pesquisar mais e vejam só o que eu encontrei:

Ricardo Rosado, além de comentarista da TV Ponta Negra e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, também é consultor de Comunicação e Publicidade da Fiern. Mais uma surpresa: como pode ele ser consultor de comunicação e publicidade e o blog ter vários anúncios da Fiern e outras entidades do Sistema S (Sebrae/Sesi/Senai)?


Expediente do Site da FIERN comprovando a consultoria em Comunicação e Marketing de Ricardo Rosado


Post no Blog FatoRRh com os anúncios da Fiern, Sesi, Senai, IEL e Sebrae

Quer dizer que ele mesmo autoriza os anúncios para o blog dele? Por intermédio da agência dele? Qual o critério? Acessos? Visibilidade? Estou curioso.

Mas, minha surpresa aumentou ainda mais. Conferindo o site da agência de propaganda dele, a FazPro 2.1 (antiga Faz Propaganda, aliás deve estar em moda a mudança de nome) constato, de queixo caído, que a agência dele também atende a conta da Fiern.


Espelho no site da Agência FAZ mostrando os clientes Fiern, Sesi, Senai e IEL

Gente, quer dizer que ele é o consultor em comunicação e publicidade, autoriza o anúncio para o blog e a agência dele ainda atende a Fiern? Houve licitação? Quantos concorreram? Macacos me mordam! É dinheiro demais. Será que ele é sócio da Fiern?

Vamos recapitular: o blog, que não sei por qual critério, recebe verba publicitária de todo o Sistema S e da Fiern. A agência do publicitário, blogueiro, consultor e professor de Jornalismo (será que ele ensina ética aos alunos do curso de Jornalismo da UFRN?) toma conta da verba publicitária da Fiern. Alguém pode me explicar essa situação? É ético, imoral ou engorda?

Com a palavra o presidente da Fiern, Amaro Sales.

Só para encerrar, fazendo uma pesquisa ainda mais minuciosa, eu descobri que o blogueiro e professor que também é ao mesmo tempo cliente, consultor e agência da Fiern , também é assessor do deputado Henrique Eduardo Alves. Com tanta isenção e depois de tantos fatores, eu encerro por aqui.

Será que é por isso que dizem que a ordem dos fatores não altera o produto. Tudo multiplicado, rende uma grana boa por mês. E a ética? A ética que vá às favas.

Mas, seu Barãoooooooooo?

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