A essência tucana de ser

Lembre: o PSDB fez isso, assim como o Massacre de Eldorado dos Carajás
Em 24 de novembro de 2011 uma operação do ministério público do Rio Grande do Norte, batizada com o nome de uma canção de Paulinho da Viola, desbaratou uma extensa quadrilha que há pelo menos três anos agia no Detran potiguar e de outros estados.  A Operação Sinal Fechado pôs atrás das grades o advogado George Olímpio e mostrou como o grupo planejava faturar um bilhão de reais em vinte anos com a inspeção veicular obrigatória.
Mostrou mais que isso: mostrou a intimidade de diversos nomes e governos tucanos com os esquemas ilegais do registro de veículos e da inspeção veicular.  A organização contou com o apoio do ex-senador cearense Tasso Jereissati, atuou no governo de Aécio Neves em Minas e no governo Teotônio Vilela em Alagoas.  E tinha como um importante braço operacional o suplente do senador José Agripino (DEM), João Faustino, articulando, como lobista, todas as ações da quadrilha.
Não à toa, às vésperas da eleição de 2010 o PSDB potiguar recebeu (em 30.09.2010) a doação de cem mil reais de uma empresa paranaense que compõe o consórcio que administra as rodovias terceirizadas do estado de São Paulo.  No dia seguinte (01.10.2010), o PSDB transferiu esse dinheiro para a conta de George Olímpio.  Na semana seguinte, João Faustino depositou R$ 51 mil em dinheiro vivo na conta dele e do presidente do DEM de São Paulo, Alexandre de Moraes.
Poucos dias após a Operação Sinal Fechado, mas um duro golpe foi deflagrado contra o tucanato com o lançamento do livro que já é best-seller, "A privataria tucana", no qual o jornalista Amaury Ribeiro Júnior revelou, com apuração amplamente documentada, como as privatizações dos anos 90 serviram para enriquecer os tucanos de alta-plumagem do país.
O Massacre no Pinheirinho, onde já se informam sete mortes pelo menos, é mais um passo nessa trajetória de criminalidade.  Primeiro, porque a ação policial desta manhã desobedeceu uma ordem judicial direta do Tribunal Regional Federal - um juiz de primeira instância, irmão de deputado estadual tucano, desconheceu a decisão da Justiça Federal e mandou executar a desocupação.  Pode-se atribuir a ele e à juíza que designou a reintegração de posse também a ordem de execução dos sete mártires do Pinheirinho.  Levem os cadáveres para o Tribunal e para o Palácio dos Bandeirantes.
Você sabe a serviço de quem a PM e a Justiça Estadual de São Paulo executou o Massacre do Pinheirinho?  Naji Nahas.  Quem é Naji Nahas?  A primeira vez que ouvi falar em Naji Nahas eu era criança.  E ele era condenado por crime contra o sistema financeiro, especulando na Bolsa de Valores - enriqueceu roubando na Bolsa. E da Bolsa.  Em 8 de julho de 2008, Nahas foi preso pela Operação Satriagaha, a mando do juiz federal Fausto de Sanctis, atualmente desembargador federal.
O terreno onde está a comunidade do Pinheirinho é objeto da especulação imobiliária de Naji Nahas.
Resta saber se o governador Alckmin, os juízes estaduais e o comandante da PM serão presos pelas mortes e violência acontecidas no Pinheirinho e pela desobediência à ordem do Tribunal Regional Federal.  E resta saber se você vai ter essas e outras informações na mídia convencional.
De certo mesmo, somente a essência do ser tucano: crime organizado no Brasil tem um nome, PSDB.

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