Operações Pecado Capital e Sinal Fechado: Novidades após a volta do recesso?

Será que o fim do recesso no judiciário trará alguma novidade no enfrentamento da corrupção no RN, a não ser a sentença da Operação Impacto? Além dessa sentença, espera-se ainda o pronunciamento da justiça estadual sobre a denúncia oferecida contra os envolvidos na Operação Sinal Fechado.
Mas eu gostaria de saber mais. Queria saber se os indícios contra os citados, que têm foro privilegiado, serão analisados. Por exemplo: na Operação Pecado Capital ao menos três deputados estaduais foram citados nas investigações. Gilson Moura (PV) era o padrinho político de Rychardson Macedo. Colocou o advogado no IPEM e o empregou no gabinete antes e depois da sua passagem pela autarquia. Fábio Dantas (PHS) tinha gente contratada, supostamente como fantasma no IPEM. Dibson Nasser (PSDB) interferiu para que uma testemunha mentisse em depoimento na investigação. Além deles, dois desembargadores, Expedito Ferreira e Saraiva Sobrinho, tinham pessoas na folha de pagamento do instituto. No caso de Saraiva, sua filha recebia ao mesmo tempo como estagiária e como terceirizada. Esta ação migrou para a justiça federal por envolver recursos do Inmetro.
No caso da Operação Sinal Fechado, além do envolvimento do ex-diretor geral do DETRAN, Érico Ferreira, filho do desembargador Expedito, denunciado pelo Ministério Público, o próprio desembargador aparece sendo citados em diálogos suspeitos. A quadrilha liderada pelo advogado George Olímpio compreendeu que a intervenção de Expedito e de seu filho significavam uma tentativa de agentes do governo Rosalba em substituir pessoas do governo anterior na fraude. Gilmar da Montana é bastante próximo a Expedito, ao ponto deste blog ter ficado sabendo que Érico Ferreira deixou o pais com destino aos EUA nas vésperas da Operação em 22 de novembro, tendo ficado hospedado em imóvel de Gilmar no estado americano da Flórida. Alias, Gilmar seria também o construtor e/ou proprietário da residência em que vive o desembargador pai de Érico.
A negociação com o atual governo parece que chegaria a bom termo. Seguiu com Carlos Augusto Rosado e com o senador José Agripino, além do denunciado João Faustino. Em uma conversa com gerente de seu banco, Alcides Barbosa diz que o processo atrasou porque Carlos Augusto detestava George, mas que em fevereiro a inspeção veicular pelo Inspar seria retomada.
Duas vezes a quadrilha foi beneficiada pelo governo Rosalba na renovação do contrato do registro de veículos e na realização de uma licitação que seria fraudada, não fosse a ação do MP.
Também recebi a informação de que provas contra o senador José Agripino (DEM) teriam sido encaminhadas para a Procuradoria-Geral da República, responsável por uma eventual denuncia contra ele ou contra os demais senadores possivelmente citados (Renan Calheiros e Aécio Neves).
A lógica recomendaria também uma denúncia contra a governadora Rosalba Ciarlini, uma vez que o envolvimento de seu governo com a quadrilha aparentemente não difere do que foi levantado contra a ex-governadora Wilma de Faria, por exemplo.
Ninguém se pronunciou sobre o pagamento de R$ 100 mil que fez o PSDB a George Olímpio a dois dias das eleições, e que foi parar nas mãos de João Faustino. Ninguém falou sobre as evidências encaminhadas ao Conselho Nacional de Justiça, agora esvaziado, de que o desembargador Saraiva Sobrinho recebeu dinheiro para deliberar pela transferência da investigação da inspeção veicular para a esfera federal. Ninguém falou sobre Saraiva ter atuado em casos representados por Rychardson Macedo mesmo depois de que sua filha trabalhou como terceirizada no IPEM na gestão de Rychardson,
O que mais não foi falado? O que não mais se falará?

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