#Pinheirinho: Entrevista com Pedro Rios, em greve de fome (1a parte)


Entrevistadora: Pedro, você está se propondo aqui a fazer uma greve de fome. Você esteve em Pinheirinho e o que aconteceu lá? O que ficou claro pra você?
Pedro Rios: Bom foi um roubo. Foi um roubo. Contra os moradores de Pinheirinho por um terreno que definitivamente, dentro da área definida por qualquer aparelho legal não corrompido, e nenhum aparelho legal do mundo pode achar justo que tirem três mil famílias por um cara que vive dentro de um escritório e que quer dinheiro por aquele terreno. Um roubo perpetrado pela mão armada do Estado. O senhor Naji Nahas usou o Geraldo Alckmin como um capanga. E depois disto, o Governo Federal tentou interagir e foi expulso de São José a tiro. E depois que o Governo Federal foi expulso de São José a tiro, o governador Alckmin dominou a cidade, usando a PM como uma gangue, e comentendo crime por 106 horas. Como se ele fosse o rei do pó, solto na cidade. As pessoas poderiam sumir. Eu chorei na rua de medo três vezes porque não tinha, não tinha… Pô, a partir do momento que você está em uma cidade em que a PM evidentemente eles carregavam isto, agem única e exclusivamente com base em seu ímpeto. Numa cidade em que a PM expulsa o Governo Federal a tiro, você fica muito nervoso. E quando você sabe, eu… eu saí porque eu fiquei muito pertubado em primeiro lugar quando eu vi que o pacto federativo tinha sido quebrado em nome do Naji Nahas. Eu não sei se as pessoas de São José sabem que é Naji Nahas. Mas isto me deixou bastante enervado, como deixaria bastante enervado qualquer cidadão do Rio de Janeiro que conheça este homem.
Entrevista: Eu queria saber se neste confronto houve morte?
Pedro Rios: Houve… houve… houve… houve… tem assim…
Entrevista: Isto está sendo divulgado, não é?
Pedro Rios: Não, não tá sendo divulgado, mas aí é que está. Éh… Outra coisa que é desesperadora é você ver que tem realmente todo um aparelho de estado programado para trabalhar para isto. Agora a gente pode… A novidade não é o governo massacar pobre. A novidade agora é que a gente pode bater de volta. Eles acham o quê? que as pessoas não têm internet. Que as pessoas não vão ver? que as imagens? cara, que as pessoas são assassinas de criança? é muita confiança na impunidade, sabe? Em um país de assassinos de criança, sinceramente…
Entrevistadora: E quais são suas reivindicações?
Pedro Rios: A minha reivindicação é que tipo se limpe o Estado, sabe? Porque são bandidos notórios, que tem uma intervenção séria. Eu acho que o Naji Nahas, tanto quanto o senhor Geraldo Alckmin, tanto quanto o senhor Daniel Dantas, porque a gente vê que ele foi suspeitamente solto algumas vezes. E a gente vê o risco que eles representam para a sociedade mesmo. Eles são o risco solto. Eles promovem chacina. Então, eu acho que eles tinham que ser presos em delito fragrante por violação dos direitos humanos. Eu acho que as pessoas tem que denunciar no Tribunal Penal Internacional porque o governo não vai… A justiça não vai tomar uma atitude. Eu queria que o povo que viu as imagens participassem do julgamento. Eu estou em frente à Globo, porque a Globo é o último ponto de resistência destes criminosos. A mídia é o último ponto de resistência destes criminosos. Eu não me preocupo com provas, porque as provas são massivas. A única coisa que eles podem fazer é abafar o caso. Então se você concorda comigo, se você não concorda comigo, não deixe o caso morrer. Mas, que faça ele ser investigado. Você é assim… não foi só mortos. A questão dos mortos. Os corpos não vão aparecer porque foram sequestrados. Então se eu te ponho em uma banheira de álcool com isopor você morre. Ninguém te acha, mas você não está imortal. Mortes na ditatura que sumiram até hoje. Mas estão mortos. O que aconteceu foi uma ofensa. Primeiro, a população, eu acho que, não importa que você é conservador, não importa que você é libertário. Mas você não gosta que mintam na sua cara. E qualquer pessoa que saiba ver uma imagem. Sabe que mentiram. E eu acho que as pessoas têm que tomar vergonha na cara e perder a cabeça.
Entrevistadora: O que faria você parar sua greve de fome?
Pedro Rios: Uma intervenção do Governo Federal. E a retratação dos fatos como aconteceram para a população saber os riscos que eles correm. Na verdade, todo mundo sabe. Isto não é novidade pra ninguém. Se eu não acreditasse que eu tô transmitindo uma mensagem universal eu não tava aqui. Também não me interessa o que vai acontecer, me interessa o que  está acontecendo. E eu sei que daqui a trinta anos eu não vou levar assassinato de criança nas costas. Eu sei que daqui a trinta anos eu não vou levar assassinato de idoso nas costas. Eu sei que daqui a trinta anos eu fiz o que eu podia fazer para parar esta barbaridade.
Entrevistadora: Obrigada!

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