#PrivatariaTucana: O primo esperto de José Serra e a Cosern


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O assunto mais discutido nesta semana nas redes sociais foi o conteúdo do livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, retratando como se deu o processo de privatização da estrutura pública no período do governo de Fernando Henrique Cardoso.
A obra, que já viu se esgotar sua segunda edição em poucos dias no Brasil, foi recebida no Rio Grande do Norte com apreensão, precisamente por quem fez parte do governo de Garibaldi Filho, hoje senador/ministro da Previdência Social, na década de 90, período das privatizações.

É que foi o governo Garibaldi Alves que privatizou a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN) por R$ 600 milhões, considerado um valor irrisório para a importância estratégica e o valor de mercado da época. A estatal foi comprada pelo Grupo Guaraniana, criado por Gregório Marín Preciado, casado com uma prima de José Serra, especificamente para "comprar" a Cosern com recursos do Banco do Brasil.
O grupo Guaraniana foi dissolvido e hoje a Cosern é controlada pelo Grupo Neoenergia, que também controla a Companhia Energética do Pernambuco e a Companhia Energética da Bahia, também privatizadas na década de noventa, dentro das "regras" do Governo FHC.
A desculpa dada à população na época para privatizar a Cosern foi que melhoraria o serviço prestado à sociedade. Entretanto, o capítulo 8° do livro "A Privataria Tucana", com o título "O Primo Mais Esperto de José Serra", conta outra história envolvendo a cúpula do PSDB e do Banco do Brasil.
O jornalista Amaury Júnior mostrou como aconteceu a privatização da Cosern e principalmente o perfil dos "compradores", tendo à frente o espanhol naturalizado brasileiro Gregório Marín Preciado, que é casado com uma prima em primeiro grau do tucano José Serra, principal alvo da crítica ácida, bem documentada, no livro A Privataria Tucana.
"Devendo milhões ao Banco do Brasil e com suas empresas arruinadas ou à beira da bancarrota, valendo-se da aproximação com o tucano José Serra, Preciado, num estalar de dedos, transmutou-se em player global para jogar o jogo pesado da privataria. E foi às compras. Representante da empresa Iberdrola, da Espanha, montou o consórcio Guaraniana, que adquiriu três estatais de energia elétrica; a Coelba, da Bahia; a Cosern, do RN, e a Celpe, do Pernambuco", relata o jornalista na página 170 da "Privataria Tucana".

Como foi a negociação: BB Previ pagou e os estrangeiros comandam
O jornalista Amaury Ribeiro Junior relata que Gregório Marín Preciado, devendo R$ 448 milhões ao Banco do Brasil, conseguiu, através de sua ligação financeira e familiar com o tucano José Serra, formar o Consórcio Guaraniana, composto pelo BB Previ (49%), Iberdrola (39%) e o Banco do Brasil (12%), e comprar Cosern, Celba e Celpe.
Nesta entranha que resultou na entrega da Cosern aos espanhóis, funcionou bem o ex-tesoureiro do governo FHC e também ex-tesoureiro do governo José Serra em São Paulo (SP) Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi indicado pelos dois ex-chefes para comandar o Banco do Brasil e também no BB Previ, através de João Bosco Madeiro da Costa. 
A ligação entre Ricardo Sérgio e Preciado era tão grande que os dois se chamavam de "boneca", relata Amaury Junior. Feita a composição do Consórcio, chegou a hora do desembolso para pagar a Cosern ao Governo do Rio Grande do Norte, na época tendo à frente o governador Garibaldi Alves Filho, hoje senador/ministro da Previdência. Na cesta, também a Celba e a Celpe.
O Grupo Iberdrola assumiu R$ 1,6 bilhão; o Banco do Brasil ficou com R$ 500 milhões e o BB Previ entrou com R$ 2 bilhões. Porém, mesmo desembolsando a maior fatia, não assumiu o comando das energéticas privatizadas. Pagou caro para outro administrar, melhor, o primo de José Serra, o Preciado, comandar. Hoje, Preciado está envolvido na compra de uma ilha na Bahia, num negócio que começou no período em que o Estado era comandado pelo DEM, aliado do PSDB de José Serra.

OUTRO LADO
A assessoria de comunicação da Cosern informou que o grupo Neoenergia, com sede no Rio de Janeiro, não iria se pronunciar a respeito do livro A Privataria Tucana. O mesmo informou a assessoria de comunicação do senador-ministro Garibaldi Filho. A assessoria do PSDB informou que o partido já se pronunciou a respeito do livro em rede nacional.

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