Operação Sinal Fechado: MP representa contra desembargador e jornal publica diálogos

Os diálogos destacados pelo Diário de Natal já haviam sido destacados pelo blog ainda nos primeiros dias após a Operação.

http://www.diariodenatal.com.br/2012/04/17/cidades2_0.php

O Ministério Público Federal (MPF) está apreciando uma representação feita pelo Ministério Público Estadual (MP-RN) na qual é citado o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN), Expedito Ferreira de Souza. O documento chegou à Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, no dia 26 de março deste ano e teria vinculação com a Operação Sinal Fechado, que apura denúncias de fraudes na implantação da inspeção veicular no RN. A assessoria de imprensa da PGR disse não poder fornecer mais detalhes da situação da denúncia, visto que a mesma estava em fase de apreciação.

Apesar das várias tentativas da reportagem do Diário de Natal, não foi possível uma resposta do procurador geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, sobre o envio do documento ao MPF. Durante coletiva de imprensa concedida semana passada, a respeito da Operação Judas, Onofre Neto esclareceu que quando foi apontada a participação de desembargadores no suposto esquema de desvios de recursos na divisão de Precatórios do TJ, o mesmo entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República, a quem cabe investigar as autoridades com foro privilegiado.

O nome de Expedito Ferreira surgiu várias vezes em conversas gravadas pelo Ministério Público Estadual durante as investigações da Operação Sinal Fechado. Porém, em nenhum momento na denúncia inicial oferecida pelos promotores à Justiça, o desembargador aparece como um dos participantes do esquema. Expedito é sempre citado junto com o filho, o ex-diretor geral do Detran, Érico Valério, que foi denunciado por formação de quadrilha e fraude em licitação pelo MP.
Gravação revela conversa entre empresários


Em conversa entre os empresários José Gilmar de Carvalho Lopes (Gilmar da Montana) e Edson Cézar Cavalcante Silva (MOU), que tentavam uma aproximação com a atual gestão do Governo Estadual, Gilmar diz que conversou com o "Governador" (Carlos Augusto Rosado) "e o mesmo disse que esse ano não dá mais certo, e que por ele não sabe quando; Gilmar fala que disse ao mesmo que não confia em governo e que político é tudo igual; Gilmar diz que falou isso na presença dele (Governador) e de Expedito", explica documento da denúncia do MP.

Outra gravação do Ministério Público mostra mais uma tentativa de Edson e Gilmar de se aproximar da gestão de Rosalba Ciarlini. "Gilmar diz que Carlos Augusto não quer diálogo com ninguém, e que Expedito falou com ele, e ele disse que ia resolver, e que falou de novo, e o mesmo (Carlos Augusto) respondeu dizendo: "Expedito, tenha calma aí!".(...) Como que "correndo por fora"", apontava o documento.

Segundo transcrições telefônicas constantes na denúncia, o denunciado Jorge Confessor deMoura, fala com o acusado Gilmar da Montana sobre a suspensão da inspeção veicular, revelando que o "esquema" de pagamento de propina e promessa de distribuição de lucros do "negócio" havia sido descoberto por membros do atual governo. Relatam, claramente, que um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Expedito Ferreira de Souza, tinha tomado conhecimento dessa descoberta por membros do Governo do Estado.

Gilmar da Montana diz que "o problema é que pegaram George com todas as mentiras" e que falou para o desembargador Expedito Ferreira que não sabia do acordo de George Olímpio com o ex-governador Iberê Ferreira de Souza - titular do governo à época da licitação, tendo sido quem assinou o contrato de concessão com o Consórcio Inspar -, com o ex-deputado federal João Faustino e com Lauro Maia, filho da ex-governadora Wilma de Faria.

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