Em abril de 2011, jornal informava contratação de araponga por Mendes


Em 30 de abril de 2011, uma notícia de O Estado de S. Paulo pode ajudar na compreensão do último escândalo produzido pela revista Veja, moribunda e acuada pela CPMI do Cachoeira.
Ali o jornal informava que um dos arapongas da quadrilha de Cachoeira, Jairo Martins, havia sido contratado pelo ministro Gilmar Mendes, no STF.
Isso mesmo: Mendes pôs uma raposa para tomar conta de um galinheiro na mesma época em que foram realizadas boa parte das interceptações da Operação Monte Carlo. Isso faz aumentar a suspeita de que existam áudios comprometedores contra Gilmar.

O Estado de S. Paulo
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,medo-de-espionagem-leva-ate-stf-a-pagar-agentes,713136,0.


Desde o escândalo do suposto grampo contra o ministro Gilmar Mendes, em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) também foi dominado pela paranoia da espionagem, a exemplo do setor público em geral.

O próprio ministro teria, deste então, um “personal araponga” – que lhe dá assessoria informal quando a ameaça vem de fora.

O trabalho é feito pelo ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Jairo Martins [um dos principais arapongas do esquema Cachoeira], hoje um dos nomes mais requisitados do mercado. Ele nega essa condição profissional.

Em razão da natureza de seu trabalho, todos os ministros têm proteção especial – mas alguns são mais preocupados que outros. É o caso de Marco Aurélio Mello, que costuma pedir mais varreduras no seu gabinete, e do atual presidente, Cezar Peluso.

O STF tem até uma Secretaria de Segurança Judiciária, que faz treinamento permanente de suas equipes em ações de inteligência.

Esse cuidado confirma a preocupação crescente da Corte com a proteção de seus documentos e com a chamada “segurança orgânica das instalações”.

O Supremo recusou-se a dar informações sobre tamanho, forma e estrutura de sua área de inteligência.

Conforme denúncia investigada em 2008, arapongas da Abin teriam grampeado uma conversa entre Mendes, então presidente da Corte, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Embora nunca confirmado, o suposto grampo derrubou o diretor da Abin, Paulo Lacerda.

Na sua gestão, a agência havia sido reestruturada, os salários tiveram significativo aumento e o último concurso reforçou o quadro, que chegou a 2 mil profissionais.

Desde então, a Abin nunca mais reencontrou seus rumos e vem perdendo poder.

O quadro atual, de 1.560 servidores, entre agentes, técnicos e oficiais de inteligência, vem sofrendo com a evasão. Um quarto desses servidores pertenceu ao Serviço Nacional de Informações (SNI), criado na ditadura militar (1964-1985) para vigiar adversários, até ser extinto no governo Fernando Collor.

O Gabinete da Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada, centralizou as ações do órgão, depois que alguns dirigentes da categoria se recusaram a fazer parte da “tropa do Elito”, como alegaram de forma jocosa em relação ao general José Elito de Carvalho, titular da pasta.

Até o fechamento desta edição, o GSI não respondeu ao questionário do jornal sobre evasão.

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