25/6/2012, AFP (19h37)
FORT MEADE, Maryland — Uma juíza militar dos EUA ordenou hoje que os advogados de acusação exibam todos os documentos que, segundo a acusação, comprovariam que o vazamento causou dano irreparável aos EUA, depois que a defesa denunciou que a acusação não lhe deu acesso a documentos que podem auxiliar na defesa do acusado.
Durante meses, os advogados que defendem Manning vêm pedindo acesso a relatórios de agências governamentais, inclusive da CIA, indispensáveis para avaliar o efeito do vazamento de informação sigilosa pela página WikiLeaks. (...)
A juíza Denise determinou que a acusação exiba os relatórios da CIA, do Departamento de Estado, do FBI, do Oncix (Office of the National Counterintelligence) e outros documentos que sejam relevantes para a defesa.
A juíza, acolhendo pedido dos advogados de Manning, também ordenou que a acusação comprove o que tem alegado (que deu acesso à defesa a todos os documentos que a defesa solicitou).
Em declaração-ordem de "devida diligência", a acusação terá de exibir os documentos que tenha recebido e terá de explicar por que todos os arquivos não foram partilhados com a defesa, desde o início do julgamento.
A juíza determinou prazo, até 25 de julho, para que a acusação cumpra o que lhe foi ordenado, mas disse que pode dar mais tempo à acusação. Os advogados da defesa também poderão solicitar mais tempo para examinar novos documentos que lhes sejam entregues.
O advogado civil que trabalha na defesa de Manning, David Coombs, disse hoje, no início da sessão, que a acusação exibira "padrão de obstrução do requerimento de vistas a documentos, que deveria provocar alarme na corte de justiça."
Ativistas que acompanham as sessões do julgamento em Fort Meade, nordeste de Washington, festejaram a decisão.
"É um alívio que, afinal, a juíza tenha ouvido os argumentos da defesa" – disse Zach Pesavento, um dos porta-vozes da rede de apoio a Bradley Manning. – "Tudo faz crer que a acusação tem mentido repetidamente à corte" (sobre os documentos jamais exibidos e que foram sonegados à defesa). "Acreditamos que a verdade está com Bradley e, agora, será mais fácil comprovar isso" – concluiu.
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