#Caixa2doDEMnoRN: A micarlização do governo Rosalba

Mesmo que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), numa frase de efeito, tenha dito na última semana que no seu governo não há ilícitos como no governo Vilma de Faria (PSB), a micarlização da gestão estadual se estabelece a olhos vistos.  E não é apenas por causa da desaprovação de 75% ao seu governo registrada em Natal.  Ainda que essa desaprovação esteja numa curva ascendente desde abril (pulou de 59,7% em abril, para 67,4% em maio e 75,1% agora, segundo o Sinduscon/Consult).
Confesso que errei o prognóstico do governo Rosalba.  Achava que não seria um grande governo mas não acreditava que Rosalba fosse capaz de cometer os erros administrativos de Micarla de Sousa.  Afinal, se trata de uma bem avaliada prefeita de Mossoró em três mandatos.  Mas a incompetência crônica da gestão municipal se repete na gestão estadual, testificados no fluxo de entra e sai de secretários, que consegue ser ainda mais constante do que no governo Micarla.
Mas a questão vai além do aspecto administrativo.  Por exemplo: minha série de postagens sobre a Operação Sinal Fechado mostraram - como nesse post - a forma pela qual a organização criminosa da inspeção veicular transitava e tentava influenciar o atual governo.  Não foi à toa que o anúncio do cancelamento do contrato com o Consórcio Inspar foi feito no início de fevereiro mas o cancelamento efetivamente somente se deu no final de maio de 2011 - e após uma nova recomendação do Ministério Público estadual.  Hoje, sabemos, o probo senador democrata, José Agripino Maia, recebera R$ 1 milhão da parte de George Olímpio na campanha de 2010 (e aqui) a fim de g arantir a continuidade do serviço e do contrato no novo governo.  Mais que isso: o primeiro diretor-geral do Detran na gestão Rosalba Ciarlini, Érico Ferreira, é um dos réus da Operação Sinal Fechado.  É acusado de ter recebido propina por parte de George Olímpio para que fosse mantido o contrato de registro de veículos no órgão, por meio de fraude em licitação.  Segundo o depoimento de Alcides Barbosa, Érico recebeu R$ 50 mil mensalmente entre fevereiro e novembro de 2011.  Seu pai, o desembargador Expedito Ferreira, recebeu outros R$ 50 mil.  Como diria Mino Carta, até o mundo mineral de Mossoró conhece as ligações entre Expedito e o casal Carlos Augusto Rosado/Rosalba Ciarlini.
Por fim, a divulgação dos áudios do #Caixa2doDEMnoRN, de 2006, mostraram um escândalo político-eleitoral sem igual na história recente do estado.  E mostrou, também, uma intricada rede de corrupção com fortes conotações familiares.  Certamente o escândalo, ainda que omitido pela mídia tradicional, colocou o governo contra as cordas e impactou, para baixo, os número de aprovação de Rosalba Ciarlini.
Rosalba segue, resumindo, com maestria, o mesmo caminho aberto por Micarla de Sousa.  Para o nosso lamento.

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