Fraudes na Ativa seguiam padrão de esquema investigado na Pecado Capital, diz MP


As empresas de propriedade de Rychardson de Macedo Bernardo, utilizadas para a lavagem de dinheiro oriundo de irregularidades no Ipem, tinham a mesma função nas fraudes cometidas dentro da Ativa, no período entre 2009 e 2010. É o que diz o Ministério Público Estadual na denúncia encaminhada à Justiça e acatada pelo juiz Raimundo Carlyle, da 4ª Vara Criminal. Além do ordenamento de despesas, há a suspeita de que o grupo comandado por Rychardson fraudava contratos para o desvio de recursos.

Rychardson de Macedo Bernardo, José Bernardo e Rhandson de Macedo Bernardo (pai e irmão de Rychardson, respectivamente), além de Emanuela de Oliveira Alves, namorada de Rychardson, e Cássia Rochelane Araújo, que foi funcionária terceirizada do Ipem, foram denunciados pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Em microfilmagens de cheques pagos pela Ativa, obtidas através de decisão da 4ª Vara Criminal, ficou comprovado que os valores que seriam depositados a supostos prestadores de serviços da entidade eram, na verdade, depositados em contas de empresas que pertenciam a Rychardson Macedo ou até mesmo na conta pessoal de Rhandson Rosário, irmão do ex-diretor do Ipem, ou sacados por pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha. Ao todo, 23 cheques foram recolhidos como provas dos crimes.

O Ministério Público também relatou depoimentos de pessoas que têm empresas que supostamente teriam prestado serviço à Ativa. Porém, não só observou que os serviços supostamente contratados não foram cumpridos, como também confirmaram que assinaturas eram falsificadas para que os cheques fossem depositados em favor dos membros da quadrilha. Os promotores, inclusive, investigam se há a possibilidade que algum funcionário do Banco do Brasil tem envolvimento no esquema fraudulento.

A Ativa é uma ONG que se sustenta basicamento com recursos públicos. De acordo com dados levantados pelo MP, somente em 2010, a Ativa recebeu da Prefeitura do Natal, através de convêncio com a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) e da Fundação Capitania das Artes (Funcarte), aproximadamente, R$ 18,4 milhões. O valor total dos cheques coletados como provas, porém, é de R$ 63.584,00.

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