Operação Impacto: Hermano Morais avisou que vereadores estavam grampeados

Hoje a noticia sobre as últimas movimentações da Operação Impacto - o TJ encaminhou o processo para análise do Procurador Geral de Justiça - trouxe de volta uma questão que se relaciona diretamente às eleições 2012.
Trata-se do fato de que, quando vereador, Hermano Morais, prefeitável do PMDB, avisou aos colegas de sus telefones estavam grampeados pela justiça. Hermano é casado com a juíza natalense Sueli Maria Fernandes Silveira.
Fui ouvir todos os áudios das interceptações disponibilizados pelo MP. Não há tal conversa nos áudios que tenho aqui. No entanto, em uma conversa, o ex-vereador Aluísio Machado (PSB) diz que os investigados foram informados por um vereador e um deputado estadual.
Falei sobre o assunto no twitter e Renato Dantas explicou a gravação, dando-me autorização para publicar a história. Perguntei ao ex-vereador se ele teria esse áudio. "Tenho não... Mas não deve ter sido desgravado. No processo deve ter.. Foi uma conversa eu e Hermano, por mim pode publicar", disse Renato.
Provoquei o juiz do caso, Raimundo Carlyle, para saber se esse áudio existia e se ainda estaria sob sigilo. Carlyle respondeu que os "CDs estão nos autos" - o que significa que estão disponíveis e que se existir a gravação está lá.
O que importa é que Renato confirma a conversa com o prefeitável "ficha limpa". Em 2007, Hermano esteve com José Augusto Peres, então Procurador Geral de Justiça, para se explicar.
Ouvindo esses áudios hoje, aliás, percebi um diálogo de Emilson Medeiros logo após a derrubada dos vetos do então prefeito Carlos Eduardo Alves às emendas dos vereadores ao Plano Diretor da cidade. Parece-me que ele conversava com Rogério Marinho, já deputado federal, quase como prestando contas do processo na Câmara Municipal de Natal. Mas restou-me uma dúvida.
P.S.: Lembrei-me que Emilson foi acusado de ser líder do processo na Operação Impacto. Depois de ouvir milhões de vezes os áudios e perceber apenas hoje conversa do ex-vereador com o prefeitável tucano - prestando contas ao deputado da votação dos vetos - é de se questionar quem comandava quem.

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