Walfredo Gurgel será denunciado nas entidades internacionais de imprensa e saúde

Representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) estiveram na manhã desta terça-feira (18) no Hospital Walfredo Gurgel, para verificar os problemas vivenciados na maior unidade de saúde do Estado. Como de costume, foram encontrados dezenas de pacientes espalhados pelos corredores. Só na ortopedia, 92 pacientes agonizavam na Unidade. Do lado de fora do Hospital, estudantes do curso de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) protestaram com cartazes.

"São pacientes idosos e crianças que estão em uma situação complicadíssima. Desde 1988 trabalho aqui e nunca verifiquei uma crise como essa", diz o médico intensivista, Sebastião Paulino.

A situação se agrava com a paralisação na saúde municipal. Cerca de mil profissionais que prestam serviços a Cooperativa Médica (Coopmed) estão de braços cruzado, porque não recebem salários desde maio. O resultado são corredores superlotados no maior hospital do Estado.



O membro do Conselho Nacional dos Médicos, José Murisset, taxou a situação como caótica e calamitosa. "O que estamos vendo aqui é a violação dos direitos humanos, uma crueldade com a saúde desse Estado, algo inadmissível. Esses pacientes estão vivendo em um campo de guerra, não antigo Vietnã. É uma Faixa de Gaza", compara.

Com o agravamento da saúde pública, o caso será denunciado na imprensa internacional na próxima semana em Brasília, além disso serão acionadas entidades internacionais de saúde. "Se for preciso vamos acionar os Direitos Humanos da ONU, o que não podemos é aceitar que pacientes fiquem jogados nos corredores com larvas saindo da boca, como foi verificado", diz Murisset.

De acordo com o 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aluízio Tibiriça, o caos verificado também deverá ser acompanhado de perto pelo Ministério da Saúde. Segundo Aluízio, em 2011 foram repassados pelo Ministério R$ 850 milhões para a saúde pública do Rio Grande do Norte, mas o governo investiu apenas metade desse valor. "O Ministério precisa apurar isso. As pessoas precisam ser tratadas com dignidade", diz.

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