Quem não devia estar na Câmara em 2013

Na lista de minha Câmara ideal, constavam apenas cinco vereadores da atual legislatura (George Câmara, Júlia Arruda, Sargento Regina, Raniere Barbosa e Fernando Lucena). Em comum eles têm o fato de serem quase isoladamente a única oposição que a gestão desastrosa de Micarla de Sousa à frente da prefeitura de Natal.
Sobram, portanto, dezesseis vereadores que não merecem ser reeleitos pelo povo da cidade.
Alguns deles se destacam.
Um dos primeiros grandes escândalos da gestão Micarla foi o reajuste anormal dos pagamentos do município à clínica oftalmológica de Albert Dickson (PP). Vereador do partido do vice-prefeito Paulinho Freire, Dickson fez parte do muro de sustentação dos detritos de Micarla desde o começo - e sobre ele pesa a suspeita de que foi muito bem remunerado para isso. Jogou um papel importantíssimo pró-Micarla quando renunciou ao cargo na CEI dos Alugueis. Sua renúncia desencadeou a ocupação da Câmara a partir da ameaça - que se viu concretizada - de extinção da CEI. A ocupação da Câmara, em junho do ano passado, resultou na instalação de outra CEI: a dos contratos.
Outra figura de destaque entre os que não merecem o voto do natalense é o presidente da Câmara, Edivan Martins. Edivan jogou um papel importantíssimo no caos administrativo que se instalou em Natal na gestão borboleta. Foi secretário de educação do município até voltar para a Câmara e assumir a presidência em janeiro de 2011. À frente da Câmara foi protagonista nos episódios que culminaram na derrota da gestão Micarla por ocasião da ocupação da Casa. Primeiro, descumpriu acordo com os estudantes acampados e extinguiu a CEI dos Alugueis. Em seguida, aceitou os termos do acordo proposto pela OAB para que a Câmara fosse desocupada, mas, antes de assiná-lo, sumiu "no mundo", sendo encontrado quase meia-noite pelo presidente Paulo Eduardo Teixeira, a quem informou que não haveria acordo. Depois da derrota do município no STJ, quis alinhavar um acordo com os acampados à parte da OAB - e depois fez os vereadores correrem atrás da OAB em busca de um aval para o acordo. A OAB respondeu que somente se comprometeria com o acordo caso os estudantes aceitassem.
Em maio desse ano, ao tomar conhecimento do fluxo de pagamentos ilegais na campanha ao Senado de Rosalba Ciarlini (DEM) em 2006 - que batizamos de #Caixa2doDEMnoRN -, descobrimos Edivan Martins recebendo R$ 25 mil do esquema de Carlos Augusto Rosado.
O líder da prefeita na Câmara, Enildo Alves (DEM), além de representar o partido desgastado da governadora Rosalba Ciarlini na eleição, pode ser considerado co-autor da tragédia que se abateu em Natal por causa de Micarla de Sousa, uma vez que continua no exercício da função de seu líder.
Dos que não tentam a reeleição, o caso mais emblemático é o do vice-prefeito Paulinho Freire (PP). Além de ser o maior representante da falida gestão borboleta a disputar cargo este ano, foi em interinidades dele que alguns dos maiores males da gestão foram cometidos - como, por exemplo, o aumento na passagem de ônibus no início do ano passado, posteriormente revogado pela prefeita.
Braço direito da prefeita Micarla de Sousa, Kalazans Bezerra é muito responsável pelo desgoverno da gestão. Chefe da casa civil, passava por Kalazans todas as decisões da prefeitura. Kalazans não merece nosso voto.
Outro que se arrisca esse ano e que não merece essa chance é o filho do presidente da Assembleia Legislativa, Rafael Motta (PMN). São três motivos. O mais simples: não se pode votar em alguém simplesmente porque é filho de. Segundo motivo: seu pai, sabemos, como presidente da Assembleia Legislativa, não teve qualquer escrúpulo em descumprir as determinações da Lei de Acesso a informações e não publicou a lista de salários associados ao nome dos servidores da Casa. E fez, até agora, ouvidos de mercador às recomendações da MARCCO e do MP, de que os dados fossem tornados públicos. De que tem medo Ricardo Motta? O outro motivo também está relacionado ao #Caixa2doDEMnoRN. As gravações mostram que Ricardo já tinha recebido dinheiro (R$ 42 mil) do esquema de Carlos Augusto Rosado, que ainda tinha "um dinheirinho" para mandar para ele.
A lista podia ser exaustiva, mas vou concluir citando dois conjuntos de candidatos que nos meus sonhos estariam fora da Câmara: os candidatos do Partido Verde, de Micarla (muitos deles, cargos comissionados durante toda gestão); e os condenados pela justiça na Operação Impacto. Na lista de condenados pelo juiz Raimundo Carlyle, vários não estão mais no exercício do mandato. Não significa que não queiram voltar. É o caso de Carlos Santos, novamente candidato. Além de Carlos, outros nomes de impactos devem ser lembrados para que não os coloquemos novamente na Câmara: Dickson Nasser, Adenúbio Melo, Júlio Protásio, Aquino Neto e Adão Eridan. Desses, Dickson não é mais candidato, mas tenta emplacar o filho de mesmo nome (Dickson Nasser Júnior, candidato pela PSDB). Adenúbio, mesmo candidato, tenta eleger a esposa pelo PV (Janderre Melo, que pede voto para Rogério Marinho, apesar do marido jurar que apóia Carlos Eduardo).
Abra o olho.

P.S.: A pedidos, explicito na lista dos vereadores em mandato que não deveriam ser votados Maurício Gurgel e Chagas Catarino. E explicito tambem Luiz Almir na nominata do PV.
Se você gostaria de incluir outro nome, indique aí nos comentários.

Comentários

Patrick disse…
Eu incluiria entre os candidatos a não votar Kalazans, por sua ligação com a atual gestão.