O enterro de Gonzaga e a aula de jornalismo

Hoje pela manhã, como que por coincidência, encontrei um vídeo no Youtube que reproduzia matéria do Jornal Nacional sobre parte do velório de Luiz Gonzaga, em 1989.
Estava procurando um vídeo da música 13 de dezembro para este post.



Em uma dessas coincidências que sempre nos alcançam, o vídeo calhou de combinar com parte do conteúdo de uma das aulas que daria hoje.
Estou falando sobre apuração jornalística e hoje falaria sobre a capacidade de descrição e de contar uma boa história a partir da observação do ambiente e da curiosidade.
Às vezes, a observação e a curiosidade vão ajudar a você a contar uma história de maneira mais atraente.  Às vezes, vão salvar sua matéria quando, por algum motivo, uma pauta for prejudicada - a fonte não quer falar ou outra coisa atrapalha a execução da pauta.
Foi o caso na matéria acima.
Cid Moreira informa que, devido à ação do povo de Recife acompanhando o caixão de Luiz Gonzaga, o avião partiu para Juazeiro do Norte com atraso.   Em Juazeiro, mais atraso.  Exu, onde seria o sepultamento, dista 60 km da cidade cearense.
Beatriz Castro fala diretamente de Juazeiro enquanto Ernesto Paglia estava em Exu para acompanhar o sepultamento.
Acontece que o traslado do corpo já tinha mais de quatro horas de atraso.  Aí, mesmo com Cid Moreira chamando uma matéria na qual esperaríamos o sepultamento, não havia ainda sequer um corpo na cidade natal de Luiz Gonzaga.
O resultado?  Uma matéria muito interessante sobre a história dos conflitos políticos de Exu e o aboio dos vaqueiros em lamento de Gonzaga.
Ainda que o atraso tenha provocado o problema de o JN não mostrar o corpo chegando a Exu - e seu sepultamento -, Paglia se virou bem e contou uma boa história.

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