Operação Assepsia: Ação em favor de cunhado do ministro

Em 6 de julho postei o texto que segue abaixo:

E as investigações da Operação Assepsia parecem ter potencial em ressuscitar antigos fantasmas potiguares.
A prefeitura pretendia alterar o Plano Diretor para permitir que o construtor faça obras em Zonas de Proteção Ambiental onde é proibido na zona norte de Natal.
As conversas foram registradas no dia 01 de junho de 2011, data em que ocorreu uma audiência pública em que o projeto de Marcos Santos foi apresentado e defendido pelo ex-secretário de Meio Ambiente, Olegário Passos. O projeto seria encaminhado para a Câmara Municipal:


A primeira ligação, às 09h10 manhã, foi entre Luna e o ministro Garibaldi Filho, que diz que Marcos foi bem atendido pelo secretário nas tratativas do projeto.  Marcos Santos é cunhado de Garibaldi.  E já trouxe dores de cabeça que podem voltar como fantasmas para o ministro.
Você se lembra Luiz Henrique Gusson?  Veja o que diz a IstoÉ de 18 de julho de 2001, quando Garibaldi era o governador do estado:

Ministério Público do Rio Grande do Norte começou a investigar um assassinato e terminou esbarrando em uma denúncia que aponta políticos e empreiteiros como integrantes de uma quadrilha especializada em roubar o dinheiro público no Estado. O comerciante Luiz Henrique Gusson Coelho, preso e acusado de assassinato, acusou o construtor Marcos Santos, cunhado do governador Garibaldi Alves Filho, de chefiar um grupo que cria empresas-fantasma para fraudar licitações e depois superfaturar obras. Luiz Henrique envolve até o ex-governador Garibaldi Alves, atual presidente da Junta Comercial e pai do governador, que teria sido conivente com a quadrilha, ao permitir o registro das empresas criadas para concorrer em licitações fraudulentas.
Num detalhado depoimento prestado em 25 de maio e divulgado na semana passada, Luiz Henrique conta que participou de reuniões com outros empresários, entre eles Silvio Bezerra, filho do senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), para fraudar licitações. Contou também que ajudou partidários do governador a afastar do cargo o prefeito de Rio do Fogo, inimigo político de Garibaldi Alves Filho. No lugar do prefeito foi nomeado o interventor Nei Dias, casado com uma irmã de Marcos Santos. Luiz Henrique revelou que, orientado por Santos, abriu a Construmax Construções e Manutenção Ltda., empresa registrada em nome de Luiz Henrique Maia Coelho, uma identidade falsa do comerciante para participar de concorrências fraudulentas. Essa empresa iria construir casas populares destinada a policiais militares e financiadas pela Caixa Econômica Federal em convênio com o governo do Estado. O dinheiro, segundo o denunciante, seria conseguido por Marcos Santos junto ao governo. “O Marcos sempre quis deixar bem claro que tinha poder no Estado e exercia influência sobre o governador Garibaldi”, contou Luiz Henrique. Ele lembrou que Santos sempre dizia: “O Sapinho (apelido do governador) não manda muito. Não rouba, mas deixa roubar.”
O comerciante, que só aparece em público de capuz e está preso junto com sua mulher, a advogada Verônica Coelho, e o filho de um ano e meio, disse ter resolvido contar tudo porque está sendo ameaçado de morte. Ele é acusado de ter assassinado no ano passado Pedro Alexandre da Silva, um vendedor de carros usados. Luiz Henrique nega o crime e diz o prenderam para poupar os verdadeiros assassinos e encobrir outras falcatruas envolvendo Marcos Santos e integrantes do governo estadual. “Esta história vai bater em Brasília”, ameaçou Luiz Henrique, garantindo ter provas de tudo. O governador Garibaldi Alves Filho negou as denúncias e disse que nenhuma empresa apontada por Luiz Henrique prestou serviço ao governo. “Isto não tem fundamento, nem prova ou qualquer documento”, rebateu Alves Filho, que disse não conhecer Luiz Henrique. Ele também negou que o cunhado, casado com a irmã Maria Auxiliadora, tenha influência no governo. “Isso é uma questão pessoal entre os dois empresários e não envolve o governo”, afirmou.
Agora cabe ao ministro-senador explicar sua participação na intermediação de uma discussão para fraudar o plano diretor em favor de seu cunhado.  Segundo o MP, a ação da qual tomou parte o ministro se tratam de "um ajuste entre LUNA e a figura de Marcos Santos, tentando burlar o Plano Diretor de Natal, visando a construção e a expansão imobiliária em algumas áreas da cidade"

Relembro esse post porque o nome de Sérgio Alves, filho de Marcos Santos e, portanto, sobrinho de Garibaldi, aparece no documento que apresentou o Procurador Geral de Justiça, Manoel Onofre Neto.
Quando discute o papel de Antônio Luna como homem de confiança de Micarla de Sousa e, mais que isso, no esquema de corrupção desvendado, Onofre destacou conversa de Sérgio com o ex-secretário.

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