Pequena reflexão sobre o sionismo entre cristãos

Escrevi dias atrás uma pequena reflexão sobre o Salmo 122. Ali o Salmista nos chama a orar pela paz de Jerusalém, certo? É por isso mesmo que um governo de Israel que decida bombardear Gaza unicamente obedecendo um calendário eleitoral desobedece o próprio Salmo: uma ação como essa provocará qualquer coisa, menos a paz de Jerusalém.
Varias coisas me chamam a atenção no pensamento sionista entre aqueles que reconheceram Jesus como o
Messias.
Parece que esquecem de relatos como aquele em que os discípulos perguntam a Jesus se Ele gostaria que pedissem fogo do céu para queimar uma cidade samaritana.
Parecem imaginar que os palestinos são menos seres humanos que os judeus e, desse modo, menos dignos de graça e misericórdia, assim como era a mentalidade de Jonas que foge de pregar aos Ninivitas apenas porque não os considera dignos de serem salvos por Deus.
Parece que esquecem, também, que Deus tem graça infinda - e que, ainda assim, os filhos não pagam pelos pecados dos pais. Desse modo, esquecem que Jesus anunciou no monte uma lei que vai além da lei dos judeus. E pregam violência e morte como se coubesse na fé em Jesus.
Parece que esquecem, principalmente, - se nada mais pode ser lembrado - que Deus ordenou que Israel trata-se bem os estrangeiros. E se alguém pode compreender que a terra toda é dos judeus, os palestinos no mínimo seriam estrangeiros que mereceriam ser bem tratados. Não mortos com suas mulheres e crianças.
Há uma divergência exegética básica entre mim e vários cristãos sionistas e ela diz respeito à história da composição do texto bíblico. Para mim, seu foco é teológico e não histórico. E foi escrito, em diversos momentos, para legitimar o templo e os sacerdotes. Por isso, existe tanta literatura de resistência no Antigo Testamento (Rute, Jó, Jonas, p.ex.). A história foi composta de tal maneira que justificassem as crenças. Nisso, importa a mensagem de um Deus que escolheu um povo para salvar a todos.
Jesus inaugurou um novo tempo em que raças, povos, línguas não fazem diferença na adoração a Deus.

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