Cenas de um golpe contra 27 mil eleitores

Algumas cenas do golpe contra a democracia e o voto de 27 mil eleitores:

1. No último dia 4 de dezembro, terça-feira, o pleno do Tribunal Regional Eleitoral decidiu por 4 votos a 2 em favor do pleito de Ranieri Barbosa (PRB) e George Câmara (PCdoB), considerando válidos, até a votação do mérito da questão, os votos dados à Coligação União Por Natal 2.  Desse modo, a lista de eleitos do TRE deveria ter sido retificada e ali os nomes de Edivan Martins (PV) e Cláudio Porpino (PSB) substituídos pelos nomes de George e Ranieri.  Uma semana depois, a lista continua inalterada.  A inação do juiz Ibanez Monteiro pode ser entendida como prevaricação?  Leitores do blog, do campo do direito, disseram que sim.

2. Forças ocultas com representações bem visíveis, como Erick Pereira e Henrique Alves, continuam agindo para convencer o TRE a decidir contra George e Raniere.  Isso nos faz pensar porque um sujeito que provavelmente será presidente da Câmara Federal - apesar da Operação Assepsia - se interessa em uma eleição da Câmara Municipal a ponto de afrontar a democracia?  O que terá a esconder?
As forças ocultas conseguiram modificar a voto do juiz eleitoral Carlos Virgílio - Virgílio votara em favor de George e Ranieri na primeira sessão que discutiu a decisão de retirada de ambos da lista de eleito, mas após a retomada, dia 4, mudou o voto.  Foi voto vencido, ao lado do presidente, desembargador Rebouças.

3. Enquanto o TRE adia a alteração da lista de eleitos - como também a decisão sobre o mérito da questão, que ficou para quinta - as forças ocultas ganham mais tempo para reverter o cenário favorável a George e Ranieri.  Esse cenário foi constituído a partir da decisão do ministro Dias Toffoli, do TSE.  Depois, a divulgação do parecer do Procurador Regional Eleitoral, em favor da manutenção de George e Ranieri como eleitos.  Por fim, a própria decisão do pleno na semana passada.
Como parte dessa estratégia, a mídia apoiadora de Edivan termina por construir um cenário de favas contadas para o assunto.
Não à toa, na manhã de hoje o entrevistado do Bom Dia RN, da InterTV Cabugi, foi Erick Pereira, advogado de Edivan.  Nenhum representante da coligação União Por Natal 2 foi ouvido.

4. A decisão ficou para quinta, véspera da diplomação dos eleitos.  A esta altura, deveriam estar na lista para serem diplomados George e Ranieri.  Não estão.  Caso a decisão seja adiada sem resolução, e a lista não for alterada como determinado pelo TRE na terça-feira passada, quem serão os diplomados?
Parece que o cenário de situação decidida que quer construir parte da imprensa - para o que contribui o tal manifesto de vereadores em favor da reeleição de Edivan Martins como presidente da Casa - serve para naturalizar o golpe e evitar conflitos caso Edivan e Cláudio sejam diplomados irregularmente.

5. O último elemento desse movimento de golpe emergiu hoje das trevas e das forças ocultas nada democráticas em questão.  No dia 4, mesmo com a decisão já consolidada, o presidente do TRE, desembargador João Rebouças, fez um longo discurso criticando a decisão tomada pelos colegas e saindo em defesa de Edivan Martins, de um mandato para ele.
Hoje ficamos sabendo que se chama Cristiano Barros o provável motivo do discurso.  E seu salário é de nove mil reais, pagos pela Câmara, em um cargo para o qual foi nomeado pelo presidente, Edivan.  Cristiano é o namorado de uma das filhas de Rebouças - a única solteira.
No mínimo, o presidente deveria se declarar suspeito.  Ele, aliás, que é um dos cinco desembargadores do RN sob investigação no Conselho Nacional da Justiça.

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