Fux traiu a esposa na festa de casamento

Por Luis Nassif

Indago dos Ministros que pretenderam fazer história com o julgamento do mensalão: como irão tratar do caso Luiz Fux?

Toda a legitimação da interferência no Congresso tinha por base a crítica ao compadrio das relações políticas. A tentativa de deslegitimação do Congresso deu-se devido às práticas fisiológicas, ao toma-lá-dá-cá.

A partir desse enfrentamento, o STF(Supremo Tribunal Federal) assumiu simbolicamente o papel de guardião dos bons costumes públicos. E, presume-se, não pretende abandonar essa imagem, porque senão seria o caos.

No entanto, com sua decisão sobre os royalties, o Ministro Fux internalizou no Supremo o mesmíssimo toma-lá-dá-cá do Congresso.

Fux é do Rio.

Seu principal padrinho político foi o governador Sérgio Cabral.

Sequer esperou o cadáver esfriar para se apossar da tentativa de açambarcamento dos poderes legislativos e pagar sua dívida com seu estado e seu padrinho político.

Pergunto: como ficam as normas éticas do Supremo? Mantido o voto de FUX, Em que o Supremo se diferirá do Congresso, para se conferir o direito de açambarcar suas funções? Quando um órgão se apropria da função de guardião da moralidade, não pode pairar sequer uma dúvida sobre sua isenção.

Se Celso de Mello, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio de Mello não se pronunciarem, a razão será o corporativismo do Supremo. Ora, o corporativismo do Congresso foi invocado para impedir que a casa apreciasse o pedido de cassação. Vai-se repetir o método no Supremo?

Vai-se permitir que na noite de núpcias, a esposa – a moralidade pública inaugurada pelo STF – seja traída por um dos príncipes consortes?

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