PT pode sofrer nova derrota na CPI do Cachoeira hoje

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Depois de o Supremo Tribunal Federal decidir que tem a prerrogativa de cassar mandatos parlamentares na Ação Penal 470, relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), pode ter texto recusado na sessão desta terça; tucanos apostam em divisão na própria base do governo para rejeitar documento; cinco votos em separado estão sob análise

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira pode votar nessa manhã o relatório final elaborado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG). Esta é a última semana de funcionamento da CPMI, que tem prazo final para os trabalhos em 22 de dezembro. Cunha afirmou que o relatório final não terá mudanças substanciais, razão pela qual o PSDB vai tentar derrubar o texto.

A resistência do relator provoca tensão entre os membros da CPI. O PSDB, que apresentou voto em separado, não admite o pedido de indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo, sem que sequer tenham sido citados no relatório outros governadores supostamente envolvidos na trama do bicheiro. Diante do quadro, a estratégia tucana para a reunião de hoje é brigar para que o CPI termine sem relatório.

Os peessedebistas acreditam que os votos da bancada somados aos da ala do PMDB que não apoiará Odair serão suficientes para a CPI terminar sem relatório.

O relatório deveria ter sido votado na reunião no último dia 11, mas parlamentares reclamaram que o texto ainda continha informações que poderiam levar ao indiciamento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de jornalistas, entre os quais o chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. Em um acordo feito anteriormente, o relator e parlamentares da oposição haviam acertado que Gurgel e os jornalistas ficariam fora dos pedidos de indiciamento.

Odair Cunha informou na semana passada que, até amanhã, terá analisado os cinco votos em separado apresentados, para decidir se serão incluídos no seu texto. O deputado já afirmou que o relatório final não terá mudanças substanciais.

O texto pede o indiciamento de 29 pessoas e a responsabilização de outras 12. Na lista estão o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT); o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO); e o ex-senador Demóstenes Torres.

Discordância

Os votos em separado partiram do senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Rubens Bueno (PPS-PR) e Luiz Pitiman (PMDB-DF) e também do PSDB.

Com exceção de Pitiman, os parlamentares, em linhas gerais, pedem aumento de prazo para o funcionamento da CPMI e uma investigação mais completa sobre o envolvimento do empresário Fernando Cavendish e da empreiteira dele, a Delta Construções, no suposto esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Esse esquema envolveria desvio de dinheiro público, fraude em licitações e financiamento de campanhas políticas.

Além dos votos em separado, foram apresentadas dez sugestões: sete do senador Fernando Collor (PTB-AL) e as outras dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Cyro Miranda (PSDB-GO) e João Costa (PPL-TO).

A reunião da CPMI está marcada para 10h15, no Plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

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