Um grão de impunidade a menos no RN

Por Marcos Dionísio Medeiros Caldas
Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos

Em nome dos Delegados Laerte Brasil e Carla Rego, parabenizo a EQUIPE da DEHOM pelo esclarecimento do assassinato do Sgto. HAROLDO LASMAR CARDOSO, ocorrido em 24 de Fevereiro de 2011, na Cidade Nova.
Pela notícia, é possível que se esclareça também o assassinato de GUSTAVO CARDOSO, irmão de Haroldo Cardoso, assassinado em meados do ano de 2007.
O esclarecimento do tão complexo homicídio do Sgto. Cardoso, evidencia que não há crime insolúvel, mas crime pouco investigado.
Com uma Polícia Civil recomposta de Agentes/Escrivães/Delegados e com investimento na sua infraestrutura,assim como aparelhamento do ITEP, o RN deixaria de ser a terra da impunidade.
Por isso é cada vez mais necessário o Governo do Estado convocar os Concursados da Polícia Civil. A IMPUNIDADE só será superada se enfrentada não com bravatas ou factóides, mas também com a
profissionalização da polícia investigativa e seu trabalho integrada com o Judiciário e MP.
O caso da família CARDOSO é emblemático pois foram 3 os irmãos assassinados COVARDEMENTE .
O primeiro, GUSTAVO, contribuiu decisivamente para o desbaratamento de um GRUPO DE EXTERMÍNIO que ainda age na região Metropolitana de Natal.
Entre 2004 e 2006, GUSTAVO esteve no Programa Federal de Proteção a Testemunhas. A saudade de Natal e da família o fez abandonar o PROVITA vindo a ser também covardemente assassinado, meses após o seu retorno à Natal.
HAROLDO e o quarto irmão, também policial, CARDOSO trabalharam desde 2007 na expectativa de auxiliar a polícia no esclarecimento do assassinato do seu irmão mais novo, GUSTAVO e ainda da terceira vítima da família, Natanael, padecendo do sofrimento e da indiferença que familiares de vítimas encontram na árdua jornada em busca da responsabilização pelas morte de seus entes queridos.
O exemplo de HAROLDO CARDOSO e seus irmãos, faz ecoar a sábias palavras de José Saramago de que é "porque as vítimas tem direitos que se luta por JUSTIÇA".
Qualquer dia o esclarecimento de crimes , ainda uma exceção no mar da impunidade, no Brasil e no Rio Grande do Norte, haverá de ser uma constante a garantir a coexistência pacífica entre os potiguares.

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