Em Fortaleza, cooperativa quer obrigar enfermeiros a abdicar de direitos trabalhistas

No Diário do Nordeste

Pacientes do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) ainda encontram atendimento precário no hospital devido à paralisação dos funcionários da saúde. Segundo funcionários da unidade, vários leitos das clínicas e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estão bloqueados, e o Centro Cirúrgico está com a atividade bastante reduzida.

Na manhã desta segunda (8), cerca de 100 enfermeiros realizaram uma manifestação em frente ao HGF, cobrando uma posição da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) sobre a nova Cooperativa vencedora da licitação, a Coosaúde. De lá, seguiram para a sede da Sesa, para um encontro com o secretário, Arruda bastos. "Essa nova cooperativa não tem estrutura para receber os mais de 2 mil enfermeiros do Estado, e também não tem o quadro suficiente de funcionários para começar a trabalhar agora", afirma a presidente da Coopen, Najla Pinheiro.

Paralisação dos enfermeiros prejudica atendimento

"Na Clínica Médica, 13 das 25 enfermarias estão bloqueadas por falta de enfermeiros", afirmou um médico residente que não quis se identificar. Segundo ele, os pacientes com casos de menor complexidade estão sendo encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Gonzaguinhas. De acordo com o vice-presidente da Associação de Médicos do HGF, Dr. Sérgio Pessoa, os setores mais prejudicados com a falta de enfermeiros são as UTIs e internações eletivas.
Ao assinar a declaração, os enfermeiros abdicam
dos direitos trabalhistas. FOTO: Reprodução


Desde o mês passado, os enfermeiros cooperados que trabalham para o Governo do Estado estão paralisados devido ao atraso de 3 meses no pagamento da produção. Além disso, os enfermeiros reclamam do fim do contrato com a Coopearativa dos Profissionais de Enfermagem do Ceará (Coopen) com a Secreatria de Saúde do Estado (Sesa).


Funcionários estariam sendo forçados a migrar de cooperativa


Segundo uma enfermeira do HGF que não quis se identificar, pessoas ligadas à Coosaúde estariam assediando funcionários dentro dos hospitais, levando-os a se filiar à nova empresa."Estão nos forçando a assinar uma declaração abdicando de todos os direitos trabalhistas", declarou a enfermeira. De acordo com a funcionária, a Coosaude impõe regras obscuras e ainda não prestou nenhum esclarecimento aos enfermeiros.

A Secretaria de Saúde negou as acusações de assédio dentro dos hospitais e disse que o Governo está dando um prazo para que os enfermeiros se associem à Coosaúde, mas por vontade própria.

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