Por que a PF não revela os nomes dos presos na Operação Absconso? Por que são ricos?

Por Ailton Medeiros

O RN quer saber por que a Polícia Federal não divulga os nomes dos presos na Operação Absconso? A PF investiga uma suposta remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Se fossem pobres, suas identidades certamente já estariam nos jornais da Taba.

Tribuna do Norte

Rafael Barbosa - repórter

A Polícia Federal cumpriu seis mandados de busca e apreensão em Natal ontem no decorrer da Operação “Absconso”, de combate a crimes de ordem financeira. Os agentes federais investigam uma suposta remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Em entrevista coletiva realizada ontem na sede da PF, a corporação confirmou que o valor remetido por todos os envolvidos foi de 3,7 milhões de dólares. O inquérito está concluso e em breve deve ser remetido à Justiça.

A Constituição prevê de dois a seis anos de reclusão para quem pratica crimes de ordem financeira. Foram cinco mandados expedidos para pessoas físicas e um para jurídica, todos cumpridos na região Metropolitana de Natal. A operação contou com a participação de 24 policiais federais.

O delegado regional de combate ao crime organizado da PF, Rubens Alexandre de França, confirmou que o esquema era operado através de “doleiros”, por operações no mercado paralelo de câmbio, contribuindo para a saída ilegal de divisas do país e ocultando os lucros. “O dinheiro era enviado para o Estados Unidos”, confirmou o delegado. Rubens Alexandre não revelou as pessoas e a empresa envolvidos no esquema, mas confirmou que eles não atuavam de forma conjunta.

A PF também ainda não sabe a origem do dinheiro ou se o grupo ainda permanece atuando na prática ilegal. Os motivos para a realização das remessas, segundo o delegado Rubens Alexandre, são diversas. “Pode ser para lavar dinheiro, para fugir da cobrança de impostos ou ainda por outros motivos pessoais”, afirmou.

A operação serviu para coletar provas que comprovavam o esquema. As investigações tiveram início no ano de 2007 e duraram até este ano, culminando com a expedição dos mandados de busca e apreensão. Foi dado início à apuração após o chamado ‘Caso Banestado’, em que foi questionada a atuação de gerentes do Banco do Estado do Paraná. “Após este caso, surgiram indícios de crime de ordem financeira em outros estados do país, inclusive no rio Grande do Norte”, confirmou Rubens Alexandre. O delegado revelou que, inicialmente, 31 nomes de pessoas, entre físicas e jurídicas, apareceram nas investigações, no entanto só foram confirmadas as práticas ilegais por parte de seis.

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