Mais uma etapa no embate de Sidarta contra o IINN

O detalhe a respeito da matéria abaixo da Folha de S. Paulo é que Nicolelis sempre deixou claro, desde o início, que os equipamentos poderia ser compartilhados - assim como Sidarta.  A diferença é que Sidarta queria que os equipamentos fossem transferidos à posse da UFRN e a Finep disse que não poderiam.
Outra coisa a se destacar é que apesar de a matéria dizer que o MCTI tem opinião diferente da Finep (órgão ligado ao ministério) sobre o assunto, a informação não está na matéria.  A Finep disse que não poderia transferir os equipamentos para a UFRN.  O MCTI não disse que poderia mas, sim, uma coisa que já estava bem estabelecida nas falas de Nicolelis e Sidarta: onde quer que os equipamentos fiquem, todos que precisarem terão acesso, desde que respeitadas as regras cabíveis a cada ambiente.
Ou seja: ainda que a matéria tente requentar esse assunto, as novidades não aumentam o caldo da crise.  Ainda mais com Nicolelis fora do país.


Da Folha de São Paulo:


Os dois grupos de cientistas que se divorciaram duas semanas atrás em Natal (RN) terão de compartilhar a guarda dos seus filhos. 

O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) quer que os R$ 9 milhões em equipamentos científicos comprados com verba pública e hoje instalados no IINN (Instituto Internacional de Neurociências de Natal), uma instituição privada, sejam usados em conjunto. O compartilhamento seria feito com dez professores da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), que deixaram o instituto. 
No último dia 26, a Folha revelou que pesquisadores da UFRN liderados pelo neurocientista Sidarta Ribeiro, um dos fundadores do IINN, romperam com o chefe do instituto, Miguel Nicolelis. Os dissidentes alegam falta de liberdade de pesquisa e gestão centralizadora de Nicolelis. Segundo eles, até o acesso às dependências do IINN era restrito. 
Nicolelis, no entanto, atribuiu seu rompimento com um grupo de pesquisadores da UFRN a divergências sobre as linhas de pesquisa. 

MALA E CUIA
Ribeiro levou para o recém-criado Instituto do Cérebro da UFRN um caminhão de equipamentos que estavam no IINN sem utilização. 
A disputa entre os dois grupos passou a girar em torno dos equipamentos que estão em uso no instituto: são R$ 6 milhões bancados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão do MCTI, e R$ 3 milhões comprados com verba do ministério. 
Ribeiro afirma ter direito aos equipamentos, em sua maioria comprados em convênio com a universidade quando ele dirigia o IINN. 
Procurada pela Folha na ocasião, a Finep disse não haver hipótese de o material ser transferido à UFRN. "Nossa relação é institucional, temos contrato com CNPJs", disse Roberto Vermulm, da Finep. 
O MCTI tem outra opinião. 
Numa reunião na semana passada, com a presença do ministro Aloizio Mercadante, ficou decidido que nenhum dos dois grupos terá a "chave" dos equipamentos. 
Ou seja, onde quer que eles fiquem fisicamente, o acesso terá de ser liberado ao outro grupo de pesquisadores. 
"Quando ficamos sabendo pela imprensa da cisão, mandamos uma correspondência [para Nicolelis] pedindo esclarecimentos", disse à Folha o presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Glaucius Oliva. 

GARANTIA"Não há nada definitivo, mas por essas primeiras comunicações acredito que os equipamentos serão compartilhados entre as equipes. Queremos garantir isso." 
Oliva afirmou ainda que não há problema jurídico no fato de Aasdap, associação de Nicolelis que gere o IINN, ser uma entidade privada sem fins lucrativos (Oscip). 
"A Finep financia empresas privadas lucrativas e universidades privadas. O que importa são os fins da pesquisa", afirmou à Folha. 

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