Polícia que mata: OAB e Assembleia paulista vão acompanhar caso da emboscada

Da Folha de São Paulo
Suspeita é que a ação foi premeditada para "mandar um recado" aos ladrões de caixas eletrônicos

"Vamos acompanhar as investigações para evitar que o caso caia na vala do esquecimento e que, em caso de excessos ou crimes por parte dos PMs, eles sejam devidamente processados e responsabilizados", disse Martim de Almeida Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP.
Na Assembleia Legislativa, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Adriano Diogo (PT), pedirá para ouvir os responsáveis pelas investigações.
Conforme revelou a Folha ontem, a operação no mercado pode ter sido uma emboscada, segundo investigação da Polícia Civil, da Corregedoria da Polícia Militar e do Ministério Público Estadual.
Logo após as mortes, o tenente-coronel Paulo Telhada, chefe da Rota, e o capitão Fábio Paganotto Carvalho, do 18º Batalhão, disseram que a Rota estava em Santo André (ABC) e foi chamada após a polícia ser avisada do assalto ao CompreBem.
Os policiais que investigam as seis mortes no mercado, porém, foram avisados por policiais que os PMs chegaram ao local quatro horas antes e ficaram de tocaia até os ladrões aparecerem.
A Folha apurou que a suspeita é que a ação foi premeditada para "mandar um recado" aos ladrões de caixas eletrônicos -500 equipamentos foram atacados em São Paulo neste ano.
O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, disse ontem suspeitar que a operação da PM foi uma emboscada "é mera especulação" e que a investigação está com o DHPP (departamento de homicídios, da Polícia Civil), "onde há mais isenção e profissionalismo", afirmou Ferreira Pinto.
As comissões de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da Assembleia Legislativa de São Paulo vão acompanhar, a partir de hoje, as investigações sobre a atuação de PMs da Rota e do 18º Batalhão em um suposto confronto com assaltantes, no último dia 5.
Na ação, os PMs mataram seis homens que tentavam roubar caixas eletrônicos de um mercado na zona norte.

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