Por Marcelo Ninio
Na Folha de São Paulo
Num vídeo raro, a Folha registrou os últimos momentos de um homem de 47 anos atingido por forças de segurança sírias que disparavam contra manifestantes na última sexta-feira em Douma, um subúrbio de Damasco.
A imagem o mostra sangrando muito, com um grande ferimento no pescoço, antes de ser levado ao hospital e ser declarado morto. Imagens dos protestos sírios normalmente são feitas por ativistas com celulares e colocadas em sites como YouTube, uma vez que a imprensa internacional praticamente não tem acesso a eles.
Na chegada da Folha a Douma, principal foco dos protestos na periferia de Damasco, uma das primeiras perguntas dos manifestantes foi: "Você tem câmera?"
Tiros e bombas de gás lacrimogêneo espocavam no ar, enquanto as forças de segurança tentavam conter os protestos contra o regime. Não demorou muito e um dos manifestantes que estavam na linha de frente dos confrontos foi atingido por um tiro no pescoço. Pelo tamanho do ferimento, foi um disparo de grosso calibre, praticamente mortal.
Retirado ainda com vida, mas em estado visivelmente terminal, o homem foi declarado morto pouco depois, no caótico hospital da cidade.
A carteira profissional em seu bolso o identificava como Soubhi Zrara. Ocupação: faxineiro. Idade: 47 anos.
Ao saber da notícia, um irmão do faxineiro caiu em prantos, gritando insultos contra Assad e sua família. A poucos metros, de forma quase automática, um colega de profissão do morto esfregava o chão do hospital, eliminando o rastro de sangue feito minutos antes. Mesmo para os poucos que conseguem ter acesso aos protestos, como a Folha, a dificuldade de filmar ou fotografar é imensa. O risco de ser baleado por um atirador do regime é sempre presente.
Uma câmera na mão e uma paranoia constante na cabeça. Filmar e fotografar são armas de guerra para os manifestantes pró-democracia da Síria. Consequentemente, um alvo preferencial da repressão do regime.
Veja o vídeo
folha.com/no979508
Na Folha de São Paulo
Num vídeo raro, a Folha registrou os últimos momentos de um homem de 47 anos atingido por forças de segurança sírias que disparavam contra manifestantes na última sexta-feira em Douma, um subúrbio de Damasco.
A imagem o mostra sangrando muito, com um grande ferimento no pescoço, antes de ser levado ao hospital e ser declarado morto. Imagens dos protestos sírios normalmente são feitas por ativistas com celulares e colocadas em sites como YouTube, uma vez que a imprensa internacional praticamente não tem acesso a eles.
Na chegada da Folha a Douma, principal foco dos protestos na periferia de Damasco, uma das primeiras perguntas dos manifestantes foi: "Você tem câmera?"
Tiros e bombas de gás lacrimogêneo espocavam no ar, enquanto as forças de segurança tentavam conter os protestos contra o regime. Não demorou muito e um dos manifestantes que estavam na linha de frente dos confrontos foi atingido por um tiro no pescoço. Pelo tamanho do ferimento, foi um disparo de grosso calibre, praticamente mortal.
Retirado ainda com vida, mas em estado visivelmente terminal, o homem foi declarado morto pouco depois, no caótico hospital da cidade.
A carteira profissional em seu bolso o identificava como Soubhi Zrara. Ocupação: faxineiro. Idade: 47 anos.
Ao saber da notícia, um irmão do faxineiro caiu em prantos, gritando insultos contra Assad e sua família. A poucos metros, de forma quase automática, um colega de profissão do morto esfregava o chão do hospital, eliminando o rastro de sangue feito minutos antes. Mesmo para os poucos que conseguem ter acesso aos protestos, como a Folha, a dificuldade de filmar ou fotografar é imensa. O risco de ser baleado por um atirador do regime é sempre presente.
Uma câmera na mão e uma paranoia constante na cabeça. Filmar e fotografar são armas de guerra para os manifestantes pró-democracia da Síria. Consequentemente, um alvo preferencial da repressão do regime.
Veja o vídeo
folha.com/no979508
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