Ex-cabo da Polícia Militar
que fugiu do Batalhão Especial Prisional (BEP), em setembro passado,
estaria articulando um plano para executar o deputado estadual Marcelo
Freixo (PSOL). Ligado a um grupo paramilitar de Campo Grande, na Zona
Oeste, Carlos Ary Ribeiro, o Carlão, receberia R$ 400 mil para matar o
parlamentar, que presidiu a CPI das Milícias.
De acordo com documento reservado da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, o ex-PM já teria feito levantamento da rotina do político, inclusive dos horários em que ele dispensa a segurança da Assembleia Legislativa do Rio.
Procurado pelo jornal O Globo, Marcelo Freixo confirmou ter sido informado sobre a existência do plano pelo presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), que aumentou o aparato de segurança do parlamentar:
De acordo com documento reservado da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, o ex-PM já teria feito levantamento da rotina do político, inclusive dos horários em que ele dispensa a segurança da Assembleia Legislativa do Rio.
Procurado pelo jornal O Globo, Marcelo Freixo confirmou ter sido informado sobre a existência do plano pelo presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), que aumentou o aparato de segurança do parlamentar:
"Após a morte da juíza Patrícia Acioli as ameaças feitas a mim triplicaram. Isso pode ser um sinal de que o crime organizado no Rio pretende avançar nas suas fronteiras, não aceito que esse problema seja exclusivamente meu. As milícias continuam com seus negócios e territórios em expansão, somente as prisões não vão deter esses grupos. É preciso retirar deles as fontes de lucro. Convivo com o medo, a vontade de viver e de continuar fazendo o que acredito", afirma Marcelo Freixo.
Carlão é ligado a grupos paramilitares de Campo Grande, agora, chefiados pelo ex-PM Tony Ângelo de Aguiar. Segundo investigações da Coordenadoria de Inteligência, Tony seria o financiador do suposto plano de atentado ao parlamentar.
Carlão fugiu do BEP menos de 24 horas após a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança desencadearem uma operação contra a milícia da Zona Oeste . Na ocasião, 19 pessoas foram presas. O nome de Carlão figurava entre os que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. No caso do ex-PM, a determinação era para que fosse transferido do BEP para Bangu 8. Carlão, entretanto, fugiu da unidade prisional da PM antes de a mudança ser concretizada.
Na ocasião, o então corregedor da PM, Ronaldo Menezes, disse que o ex-cabo escapou de sua cela pelo buraco do ar-condicionado, mas não explicou como o aparelho foi recolocado no local. A versão acabou questionada por promotores da Auditoria de Justiça Militar. No BEP, o ex-PM tinha transformado sua cela em suíte, com direito a cama de casal, ar-condicionado, TV, videogame e frigobar. Quatro meses antes da fuga, policiais da corregedoria e promotores encontraram um celular e um notebook na cela do ex-PM.
Um levantamento da Promotoria da Auditoria Militar revela que as fugas de quatro ex-PMs - entre eles, Carlão - presos no BEP aconteceram às vésperas de transferências deles para presídios comuns. Para a promotora Isabella Pena Lucas, isso evidencia a prática de favorecimento na unidade:
"Não estou falando de um caso isolado, mas de quatro fugas que aconteceram quando esses ex-PMs seriam transferidos para o sistema prisional", ressaltou Isabella.
A CPI das Milícias, presidida por Marcelo Freixo, indiciou 225 pessoas, entre elas políticos, policiais civis e militares, além de bombeiros. O trabalho da comissão trouxe à tona o domínio territorial de vários desses grupos paramilitares. Principalmente em Campo Grande, onde os irmãos Natalino e Jerônimo Guimarães, respectivamente, ex-deputado estadual e ex-vereador, chefiavam a maior milícia da região. As investigações da comissão, associadas a inquéritos da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), resultaram nas prisões dos políticos e de vários integrantes da milícia.
Apesar de enfraquecido, o grupo paramilitar de Campo Grande continua atuando. O ex-PM Tony Ângelo de Aguiar estaria por trás do crime que era planejado contra o parlamentar, atendendo a ordens de Natalino, Jerominho e Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman. Todos condenados e presos em penitenciárias federais fora do estado.
Após ter sido descoberto o plano para assassinar o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), a OAB/RJ publicou nota oficial pedindo "combate implacável" a essas organizações criminosas e se colocando à disposição para campanhas suprapartidárias em defesa da vida do parlamentar.
"Defender a vida de Freixo e a possibilidade de que ele exerça o
mandato livre de quaisquer constrangimentos é dever de todos os
democratas", diz a nota.
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio de Janeiro,
manifesta profunda apreensão diante das ameaças de morte que tem
sofrido o deputado Marcelo Freixo. Ao mesmo tempo, deixa pública sua
disposição de participar de quaisquer campanhas suprapartidárias em
defesa de sua vida.
Em seu mandato, Marcelo Freixo destacou-se por presidir a CPI que investigou as chamadas milícias – verdadeiras máfias que representam a maior ameaça na área de segurança pública no Rio de Janeiro e um grave risco para a a consolidação do Estado de Direito.
Defender a vida de Freixo e a possibilidade de que ele exerça o mandato livre de quaisquer constrangimentos é dever de todos os democratas.
Por fim, a Ordem dos Advogados reafirma a necessidade de um combate implacável às milícias, com a instalação de UPPs em regiões dominadas por elas e a asfixia de suas fontes de receita.
Só assim esse verdadeiro câncer poderá ser definitivamente extirpado em nosso estado.
Em seu mandato, Marcelo Freixo destacou-se por presidir a CPI que investigou as chamadas milícias – verdadeiras máfias que representam a maior ameaça na área de segurança pública no Rio de Janeiro e um grave risco para a a consolidação do Estado de Direito.
Defender a vida de Freixo e a possibilidade de que ele exerça o mandato livre de quaisquer constrangimentos é dever de todos os democratas.
Por fim, a Ordem dos Advogados reafirma a necessidade de um combate implacável às milícias, com a instalação de UPPs em regiões dominadas por elas e a asfixia de suas fontes de receita.
Só assim esse verdadeiro câncer poderá ser definitivamente extirpado em nosso estado.
Wadih Damous
Presidente da OAB/RJ
Presidente da OAB/RJ
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