Operação Sinal Fechado: De silêncios e sons

Este blog sofreu uma mudança radical de sua prática a partir do episódio da ocupação da Câmara Municipal de Natal em junho.  Criei o De olho no discurso, ainda neste endereço, em meados de 2009 com a pretensão de, utilizando ferramentas de análise do discurso, realizar a crítica política do cenário, especialmente em Natal e com respeito à gestão atual da prefeitura.  O nome dado visava ser um anúncio do papel a que gostaria de me propor.
Em dois distintos momentos este blog sofreu mudança.  O primeiro foi quando eu enfrentei os receios e fui a São Paulo, em agosto de 2010, para participar do primeiro encontro nacional de blogueiros progressistas.  As relações e a militância na blogosfera passaram a ganhar outra dimensão - mais nacional. Passamos a organizar o movimento em Natal e as coisas avançaram bastante nesse sentido.
A segunda mudança ocorreu durante e após a ocupação da Câmara Municipal de Natal.  Foi sinalizada para mim a partir do aumento exponencial de audiência.  Em virtude disso, mudei o blog para este novo endereço no Blogger.  
A análise do discurso prossegue como ferramenta de trabalho, mas temos publicado coisas mais diversas.  Foi a análise do discurso, inclusive, que me fez prestar atenção nas duas investigações conduzidas pelo ministério público estadual nos últimos três meses: os meus posts sobre as Operações Pecado Capital e Sinal Fechado foram feitos apenas a partir da leitura das petições e denúncias relacionadas aos casos.
Digo tudo isso porque ao longo da história desse espaço algumas perguntas foram ficando sem resposta:
* Por que parte da imprensa me atacou quando relacionei algumas das pessoas citadas nas investigações?
* Por que ninguém se dignou em responder à carta que publicamos aqui denunciando irregularidades na gestão do desembargador Saraiva Sobrinho à frente do TRE - dando conta que até a babá de seus filhos foi nomeada em cargo de comissão
* Por que Cassiano Arruda mudou tanto de posição: de defensor do Inspar, passou a atacar o consórcio e Wilma e, agora, o Ministério Público?
*Por que o secretário Alexandre Mulatinho não respondeu às perguntas que lhe enviei por e-mail e republiquei aqui?
De todos os questionamentos que foram feitos aqui, os únicos efetivamente respondidos, por mais ríspidos que tenham sido, foram os encaminhados ao próprio Ministério Público, na pessoa do Procurador Geral de Justiça, Manoel Onofre Neto.
Há vários sinais fechados e alguns poucos abertos.  A juíza responsável pela Operação Sinal Fechado levantou o sigilo de boa parte das documentações, o que é importante por nos dar acesso a dados e informações que nem sempre são acessíveis.  A imprensa, por outro lado, tem atuado, ao menos em parte, na sonegação de informações enquanto as operações caem na vala do esquecimento comandado pelo agenda-setting tão célere e típico da mídia.
O Ministério Público, atacado por parte dos atores envolvidos nas investigações, tem cumprido seu papel, mas não isento de críticas.
Aguardo que todos se dignem a responder as perguntas ainda sem resposta.  Aproveitem inclusive para responder a observação feita por uma raposa política de Natal: "A governadora Rosalba não para de viajar para não ter que exonerar o filho do desembargador".  Alguém se lembra, ainda, que o diretor-geral do Detran/RN está denunciado pela Operação Sinal Fechado?  Já foi exonerado?
Enquanto aumenta a expectativa pela decisão da juíza com respeito à denúncia da Operação Sinal Fechado, fala-se que antes da chegada do recesso, dia 20, Natal ainda será brindada com notícias de Impacto.

 

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