Ata de reunião não registrou autorização para direção vender prédio dos batistas

A ata da Convenção Batista, realizada em Mossoró em maio de 2010, não registrou a autorização dada à direção da igreja para negociar espaço no Barro Vermelho onde funcionou o Colégio Americano Batista. Essa e outras irregularidades impediram que o negócio fosse concretizado e fizeram com que a Record Engenharia exigisse a convocação da Assembléia Extraordinária que ocorreu na última quinta-feira.
A reunião da última quinta-feira (05/01) da Convenção Batista Norteriograndense foi convocada para a Primeira Igreja Batista do Natal com o objetivo de deliberar "sobre a autorização de venda/negociação do imóvel ".  Ou seja, ao contrário do que foi comentado aqui, a reunião foi convocada para aprovar a alienação de patrimônio, o que obrigaria a 2/3 dos votos favoráveis.
A ata da reunião de Mossoró foi datada de 2 de abril de 2010 - por equívoco, já que a reunião foi em 2 de maio.  A decisão de venda foi tomada após o término de uma das reuniões da assembleia de maio de 2010, em Mossoró, conforme o relato a seguir, em que mantive inclusive os erros ortográficos:
"A sessão é aprovada por mais trinta minutos.  O Presidente Pr. Antônio de Araújo Targino dá uma palavra aos convencionais sobre a proposta do Conselho as CBNR para alienação de bens: após explicações sobre a necessidade da venda da propriedade do Colégio Americano Batista com o objetivo de construção da nova sede da Convenção do Seminário Batista.  É apresentado um vídeo para os irmãos com planta do novo projeto da convenção.  A proposta é colocada em discussão para o plenário. A Assembléia é prorrogada por mais 20 minutos. A assembléia é prorrogada por mais 20 minutos.  A assembléia é prorrogada por mais 10 minutos.  A proposta foi posta em votação com 137 mensageiros presentes no plenário.  Oração feita antes pelo irmão Aurimar Alves. Posto em votação a proposta foi aprovada com o seguinte resultado: 105 (cento e cinco) votos a favor, contrários 18 (dezoitos), 02 (duas) abstenções.  Que fique registrado os nomes dos contrários a esta proposta que são: Pr. Joaquim Pinto de Mesquita Neto, Alderi Gondim Fernandes, Maria da Conceição, Kezia Ventura de Oliveira, Paulo Roberto Estevam, Elenilza Batista, Jerferson Gomes Penha.  É lida a ordem do dia da próxima sessão pela secretária.  Encerra-se a sessão.  Eu, secretária, redigi esta ataque dato e assino junto com o presidente após aprovada.  Leiliane Paiva Acioli do Nascimento. Secretária
."
A convenção teve 314 inscritos de 75 igrejas.  Na votação final, foram 137 mensageiros presentes.  Segundo a ata, 105 votaram a favor, 18 contra 2 abstenções.  Se você somar, dá 125 pessoas.  
Espere um pouco: se foram 137 presentes, como a soma deu 125? Isso mesmo: na ata que supostamente aprovou a venda do terreno por um erro crasso não se conseguiu sequer contar o número de votantes.
A ata não delegou poderes ao Conselho para negociar a venda.  Além disso, aparentemente o assunto entrou na discussão sem ter sido previsto.  Pela falta de representatividade (participaram da votação 55,7% dos mensageiros presentes à reunião, aprovaram a venda apenas 33,4%) e pelos erros da ata ela não poderia ser registrada e nenhuma venda poderia ser realizada com fundamento nela.
Em resumo, a liderança da igreja mentiu sobre os motivos da convocação da assembléia na última quinta-feira.

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