Embusteiros e covardes

No Blog do Juca Kfouri



Está nas primeiras páginas pelo mundo afora.

João Havelange renunciou também ao posto de presidente da honra da Fifa para não ser dela expulso.

Já havia renunciado ao COI pelo mesmo motivo, por saber que seria, como acaba de ser, denunciado, ao lado do ex-genro Ricardo Teixeira, de receber 45 milhões de reais em propinas da falida ISL, a gigante de marketing esportivo que negociava direitos de TV.

Havelange é um dos brasileiros mais conhecidos de nossa história e sempre foi o chefão, coisa que só alguns poucos denunciaram por não ter interesses menores.

Chegou a ser objeto de três o quatro biografias de dar engulhos pela bajulação, em regra feita por autores de sua laia.

Agora está aí, ainda dando nome aos estádios do Engenhão, no Rio, e do Parque do Sabiá, em Minas.

Até quando não se sabe, mas, se perdurar, até mesmo nos Jogos Olímpicos do Rio que o tem como membro de seu comitê (AQUI) dirigido por outro discípulo, Carlos Nuzman. será o caso de começarmos a dar os nomes de PC Farias, Escadinha, Mensalão, aos nossos logradouros públicos.

Em resumo, Havelange e Teixeira, agora ainda mais assumidamente, são dois embustes e maiores exemplos da nossa cartolagem, além de covardes, por fugir sem assumir o que fizeram.

Havelange teve um mérito, o de não processar os poucos jornalistas que o acusaram.

Porque, segundo sempre disse, não queria ter inimigos para o resto da vida em seu pé.

A explicação é besteira, é claro, mas, na verdade, ele não processava porque, apesar de dissimulado e hipócrita, sabia que as acusações eram verdadeiras e preferia não mexer nelas, diferentemente do ex-genro que se julgava eternamente impune.

Alguém dirá, generosa, ou maliciosamente, você escolhe, que Joana Havelange não tem nada a ver com isso, embora ela seja do COL e estivesse festejando na Califórnia enquanto o capo dei capi renunciava à sorrelfa e à socapa.

Sim, Havelange renunciou dias atrás informou a Fifa, clandestinamente, em segredo, como quase tudo de errado que fez na vida.

Desta vez, acertou.

Já vai tarde.

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